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Mapa deve levar projeto de combate à aftosa para o Maranhão


O Maranhão deve ser o próximo estado a desenvolver o Projeto de Mobilização Social Brasil Livre de Aftosa, lançado recentemente pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues. O diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA), Sebastião Cardoso Anchieta Filho, já manifestou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) interesse em promover o projeto nos primeiros meses de 2005. O Brasil Livre de Aftosa prevê a execução de ações de educação sanitária para conscientizar os produtores e a população em geral, em especial as crianças, sobre a importância sócio-econômica da erradicação da doença para o país.

“O sucesso do projeto no Pará nos motivou a trazê-lo para o Maranhão”, disse, por telefone, Anchieta. Ele se referia às ações do Brasil Livre de Aftosa desenvolvidas no território paraense entre 26 de novembro e 4 deste mês. Nesses nove dias, especialistas em educação sanitária do Mapa e da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (AdePará) estiveram em Santarém, Monte Alegre e Oriximiná, levando noções de sanidade animal aos pecuaristas e às comunidades. Eles visitaram os três municípios a bordo do barco-escola Boto Tucuxí, que serviu para a realização de palestras a estudantes de primeiro grau, universitários, professores, militares, pescadores, agentes de saúde e trabalhadores rurais.

Com cerca de 5 milhões de cabeças de bovinos, o Maranhão tem o segundo maior rebanho do Nordeste, atrás apenas da Bahia, com 9,6 milhões de animais. Hoje, o território maranhense é de alto risco para aftosa. “Estamos pleiteando a condição de médio risco. Há 15 dias, técnicos do ministério realizaram uma auditoria aqui”, revelou Anchieta. Até 2006, acrescentou, o estado deve ser classificado como livre de aftosa com vacinação. Desde 2002, quando foi criado o serviço de defesa agropecuária estadual, o Maranhão vem aumentando a cobertura vacinal. Em 2003, ela foi de 65,3% em maio e de 87,5% em novembro. Neste ano, chegou a 88% e a 90%, respectivamente.

Sanidade:

“A erradicação da aftosa é uma das prioridades do estado”, enfatizou o diretor de ADEG. Segundo Anchieta, o governo estadual investiu, de 2002 até agora, R$ 21 milhões em ações de sanidade, contratação de pessoal e compra de equipamentos para montar o serviço de defesa agropecuária. Atualmente, a Adeg conta com 179 veterinários, 57 agrônomos, 203 técnicos de nível médio, 260 veículos, 202 escritórios de atenção veterinária (18 regionais, 88 locais e 96 de apoio), dos quais 102 informatizados, e nove barreiras sanitárias fixas na divisa com o Pará, Tocantins e Piauí. “No início de 2005, vamos realizar um concurso para contratar fiscais agropecuários”.

Neste ano, o Maranhão assinou convênio com o Mapa, por intermédio do qual recebeu R$ 1,1 milhão para investir em ações de sanidade. “Além disso, temos parcerias com a Receita Estadual, Gerência de Segurança Pública, Secretaria de Saúde, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Procuradoria Geral de Justiça e Centro de Integração Empresa-Escola”, informou Anchieta. De acordo com ele, esses órgãos têm contribuído nas campanhas de vacinação e na fiscalização do trânsito de animais. O estado também já executa um programa de educação sanitária, que deverá ser implantado em todas as escolas municipais da zona rural.

“A pecuária é uma atividade extremamente importante para a nossa economia”, afirmou Anchieta. A pecuária representa 15% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e reúne 87 mil criadores. Na avaliação do diretor da Aged, a rede de transporte maranhense, formada por rodovias, ferrovias e pelo Porto de Itaqui, em São Luís, credencia o estado para ser um dos grandes exportadores brasileiros de carne bovina. Para sensibilizar os pecuaristas e a comunidade sobre a importância do setor na geração de emprego e renda para a região, ele quer levar o Projeto Brasil Livre de Aftosa para as principais regiões pecuárias do Maranhão ainda no início de 2005.

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