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Mapa diz que resultados de exames não mudam nada

Os resultados dos exames que apontam que o rebanho do PR não foi contaminado, não mudam a posição oficial do Ministério


Os resultados dos exames de necropsia que apontam que o rebanho paranaense não foi contaminado pelo vírus da febre aftosa não mudam a posição oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O anúncio foi feito nessa quinta-feira (28-12) pela assessoria de imprensa do órgão, que afirmou que no Paraná, os sete focos foram confirmados com base na vinculação epidemiológica (uma vez que alguns animais foram trazidos do Mato Grosso do Sul) e na evidência sorológica positiva. Quase 7 mil bovinos foram sacrificados, as exportações da carne paranaense foram embargadas e até hoje a cadeia produtiva da carne sente os reflexos da ação com os baixos preços da arroba bovina.

Segundo a assessoria de imprensa, o Mapa seguiu os trâmites exigidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e que a comissão de necropsia foi formada pelos pecuaristas. No entanto, como um representante do Mapa, Alberto Knust Ramalho, assinou o laudo final, a assessoria disse que ele atuou apenas como observador. "O laudo também não é conclusivo porque diz que o resultado negativo para febre aftosa pode ser explicado pela patogenia do vírus e o período de tempo transcorrido entre a suspeita clínica da doença e a colheita das amostras", afirmou a assessoria de imprensa. Foram analisadas amostras de 21 bovinos das sete fazendas, todos reagentes positivos aos exames de sorologia e escolhidos através de conceitos estatísticos.

Entre os exames realizados está o RT-PCR (técnica de biologia molecular que detecta fragmentos de material genético do vírus da febre aftosa presente nas vísceras dos bovinos). Segundo o professor Raimundo Tostes, doutor em Patologia Animal e coordenador do curso de Medicina Veterinária da Cesumar (uma das fazendas consideradas focos da doença) o RT-PCR é um dos exames mais modernos existentes para investigação da febre aftosa que, neste caso, não conseguiu isolar o vírus. Além disso, somente metade das amostras que haviam reagido positivamente aos exames repetiu o mesmo diagnóstico, o quw demonstraria que o resultado positivo é fruto da reação vacinal, uma vez que a vacina brasileira contém material genético do vírus.

A reportagem não conseguiu contato nessa quinta-feira com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) porque a informação é de que o órgão está em recesso. A reportagem também tentou contato diretamente com o secretário Newton Pohl Ribas mas o telefone celular estava desligado.

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