CI

Mapa não recebeu comunicado russo sobre restrições

O governo russo pode interromper a importação de carnes brasileiras


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reagiu com surpresa à informação de que a Rússia pode interromper a importação de carnes brasileiras por causa de preocupações relacionadas à área veterinária e da saúde. “Oficialmente, não recebemos nenhum comunicado”, afirmou nesta sexta-feira (16-03) o coordenador-geral de Programas Especiais do Mapa, Ari Crespim. Segundo ele, os russos reclamaram meses atrás da falsificação do Certificado Sanitário Internacional (CSI). “Para tanto, propusemos, e a Rússia aceitou, a criação de um grupo de trabalho para estudar a implantação da certificação eletrônica, a fim de combater a fraude. Por isso, estranho essa notícia.”

O coordenador-geral de Programa Especiais lembrou também que há cerca de quatro meses o Mapa tomou outra medida para coibir a fraude. “Passamos a emitir um relatório quinzenal à Rússia com a relação de certificados sanitários referentes às exportações de carne para aquele mercado. No documento, consta o número do CSI e o nome do estabelecimento exportador.” A falsificação, assinala Crespim, ocorre porque produto brasileiro, por sua qualidade e sanidade, tem um conceito muito bom no exterior.

“A busca de solução para esse problema não é um assunto só nosso. Por isso, propusemos à Rússia a criação de um grupo de trabalho para encontrar uma forma de desenvolver um sistema eletrônico compatível que possa ser utilizado pelos dois países”, ressaltou Crespim. A idéia, prosseguiu, é colocar esses documentos numa página na internet, onde os russos terão acesso para entrar e reproduzir o documento. “Essa é a alternativa, mas ainda temos que superar alguns entraves, a começar pelo idioma”

O certificado sanitário internacional, explicou Crespim, é o documento por meio do qual o país exportador atesta que determinado produto atente às exigências do mercado importador. De acordo ele, uma das dificuldades em identificar os fraudadores deve-se ao fato de que o Mapa nunca tem acesso ao documento falsificado. “Sempre recebemos cópias, o que impede a realização de perícia.”

Crespim acredita, no entanto, que será possível bloquear a ação dos falsificadores com a criação do sistema eletrônico compatível aos dois países. Isso, acrescenta, atenderá os interesses do Brasil e da Rússia - hoje o maior importador de carne suína nacional. Essa ferramenta também atenderá a outros importadores do País. O mercado brasileiro é o maior exportador mundial de carne bovina e aves e o quarto de suínos.

Além da proposta feita à Rússia para desenvolver um sistema eletrônico de emissão e recebimento de certificação sanitário internacional, o Brasil vai fazer parte do grupo de trabalho criado por Austrália – segundo maior exportador mundial de carne bovina – e Canadá com o mesmo propósito. Esses dois países já estão buscando alternativas para enfrentar o problema.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.