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Máquinas agrícolas podem utilizar até 5% de biodiesel

As fabricantes começaram a autorizar o uso da mistura sem comprometer a máquina


Diário Regional - De olho no mercado do biodiesel, que promete ser um dos substitutos naturais dos combustíveis não renováveis, as fabricantes de tratores e colheitadeiras começaram a autorizar o uso da mistura de até 5% do produto no óleo diesel, sem comprometer a garantia da máquina. Por enquanto a liberação ainda não surtiu reflexo nas vendas. Mas a intenção das empresas é conquistar o cliente interessado em novas opções de combustível, especialmente que ofereçam a perspectiva de menores custos de produção.

Apesar da permissão das empresas, ainda são poucos os produtores que empregam o biodiesel nos equipamentos. Na Iguaçu Máquinas Agrícolas, empresa que comercializa os produtos da marca John Deere, o uso de uma cota de biocombustível nos tratores e colheitadeiras foi autorizado na metade deste ano. Embora a máquina não traga nenhum selo informando que o produto é movido a biodiesel (no limite de 5%) a área técnica fez o papel de divulgar a novidade junto aos produtores rurais, conforme conta o gerente de serviços da revenda, Luiz Alberto Kinn.

Ele explica que, se o novo combustível for usado no limite permitido pela fabricante e estiver dentro das especificações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), não há risco de nenhum dano ao motor. O desempenho e o rendimento também não são prejudicados. Embora a New Holland não tenha autorizado oficialmente a adição de biodiesel ao diesel, o gerente comercial da Agroverdi Máquinas Agrícolas, Luciano de Almeida Souza, destaca que a concepção atual dos motores permite usar até o B-20 (diesel com 20% de biocombustível).

Segundo ele, não existe nenhuma norma da fabricante que indique a possibilidade de a máquina perder a garantia por empregar o biodiesel. Misturas acima de 50%, porém, precisariam de uma adaptação no motor. “Seria necessária a utilização de motores eletrônicos. Só que os equipamentos ainda não são produzidos na América Latina”, esclarece.

Apesar de a maioria das fabricantes permitirem o uso do biocombustível, a precursora no assunto foi a Valtra, empresa que faz parte do grupo AGCO Corporation.

A Massey Fergusson também já liberou o uso do B-5 nos 20 modelos de tratores e quatro tipos de colheitadeiras da marca. Embora as pesquisas envolvendo o uso do novo combustível tenham começado no ano passado, somente este ano houve a liberação oficial. A multinacional pesquisa hoje, misturas com maior percentual de biocombustível. É o caso, por exemplo, do projeto de avaliação do uso do B-100.

“Até agora os resultados foram satisfatórios. Estamos passando para a fase de testes de durabilidade, para verificar o funcionamento da máquina após mais tempo em operação”, garante o engenheiro de vendas da Massey Fergusson, Paulo Verdi. De acordo com ele, o poder calorífico do biocombustível é um pouco inferior ao do diesel, mas isso não é capaz de ocasionar diferenças significativas no resultado final da máquina.

Máquinas usadas:

Por não ser necessária a alteração no motor dos tratores e colheitadeiras para receber as misturas de biodiesel e diesel, a maioria das fabricantes também autorizou o uso de cotas do novo combustível nas máquinas antigas. Isso estende a permissão para todos os produtores que já possuem equipamentos agrícolas operando nas propriedades. Mesmo nesses casos, é necessário que o produto utilizado esteja dentro das especificações da ANP.

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