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Maracujás mais doces em Corumbataí do Sul/PR

Parceria de produtores com o Universidade Sem Fronteiras incrementa assistência técnica e dissemina cultura orgânica


Parceria de produtores com o Universidade Sem Fronteiras incrementa assistência técnica e dissemina cultura orgânica

Após um período de frequentes chuvas de granizo, seguido por outro de fortes geadas, há cerca de dez anos, a Associação dos Produtores Rurais de Corumbataí do Sul (Aprocor) abandonou o cultivo de café, até então fonte de renda à inúmeras famílias. Naquele momento, a produção de maracujá foi considerada a alternativa mais vantajosa. No entanto, foi a partir do ano passado que a atividade ganhou impulso. Um dos 451 projetos do Programa Universidade Sem Fronteiras, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), firmou parceria com Aprocor para prestar assistência técnica aos produtores e disseminar a cultura orgânica.

O projeto "Associativismo como alternativa de desenvolvimento da dinâmica das economias contemporâneas", coordenado pelo professor João Carlos Leonello, da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (Fecilcam), tem como objetivo auxiliar os produtores e fortalecer o associativismo. Entre as necessidades, foi identificado que os produtores precisavam de assistência técnica e de noções administrativas, como a eliminação dos trâmites burocráticas. O projeto implantado já beneficiou diretamente os produtores, com a introdução de melhores práticas de cultivo e redução de mais de 50% no uso de agrotóxicos.

O presidente da Aprocor, Gerson Rodrigues, ressalta que a diferença entre os engenheiros agrônomos extensionistas e os que anteriormente visitavam as propriedades é o posicionamento em relação ao uso de agrotóxicos. "A universidade abriu as portas e conhecemos a cultura orgânica, que é uma mudança de hábito, pois os produtores e suas famílias ganham qualidade de vida. Isso é desenvolvimento sustentável", comenta. Atualmente o projeto assessora 40 famílias de oito municípios. Todos os meses é realizada reunião técnica com os produtores. Depois, é feito trabalho no campo, onde é ensinado o plantio, a poda e a produção da cultura durante o ano.

"Os produtores também podem tirar dúvidas conosco durante a entrega do maracujá, porque às vezes o problema não pode esperar até a reunião mensal", afirma a Maria Helena Cruz, engenheira agrônoma bolsista do projeto. Também é realizado controle biológico com iscas, caldas bordalesas, adubos foliares, para prevenção de doenças do solo. Segundo o presidente da Aprocor, a recomendação é usar agrotóxicos apenas em último caso, o que torna a produção mais barata e com maior qualidade.

Produtor rural há 16 anos, Olavo Aparecido Luciano relata que o projeto trouxe mais tecnologia e a orientação dos engenheiros agrônomos facilitou o processo de produção. "Com a parte técnica mais presente no campo, teve um aumento na produção e nós aprendemos a usar menos agrotóxicos", afirma. O projeto ainda conta com apoio de contadores.

Hoje, Corumbataí do Sul é o maior produtor de maracujá do Estado. Em 2007, os produtores do município tiveram seu produto classificado em uma pesquisa realizada pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) como o maracujá que possui a melhor coloração, tamanho e melhor briks (medição do teor de açúcar do fruto).

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