Marfrig adia negociações de ações na Bovespa
O frigorífico alegou motivos técnicos para o adiamento das negociações
O segundo frigorífico brasileiro a abrir capital deve captar cerca de R$ 887,4 milhões com ações. O Marfrig iniciaria nesta quinta-feira (27-06) a negociação de 52,2 milhões de ações ordinárias na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mas adiou temporariamente por "motivos técnicos". A oferta prevê um lote suplementar de 15% e um adicional de 20%. Os papéis sairão a R$ 17.
O setor estreou na bolsa em março com a abertura de capital do Friboi, ocasião em que a empresa captou cerca de R$ 1,4 bilhão com 200 milhões de ações ordinárias. Ontem, as ações do frigorífico encerraram o pregão desvalorizadas em 1,75%, avaliadas em R$ 7,29. O Minerva aguarda autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para abertura de capital - segundo o prospecto preliminar todo o recurso obtido será usado em investimentos para expansão ou capital de giro (sem determinar percentuais). A previsão é que o Bertin e o Independência sejam os próximos solicitar a autorização da CVM.
Segundo o prospecto do Marfrig, 30% do capital será destinado à aquisição de plantas e percentual igual em ativos fixos, 5% para sistemas administrativos, 25% para capital de giro e 10% para dívidas.
"O setor passa por uma boa fase e uma rápida transformação e profissionalização", afirma José Vicente Ferraz, diretor da AgraFNP. Segundo ele, há um boom do agronegócio na bolsa em busca de investimentos - mas também na redução de endividamentos, em alguns casos. "Os frigoríficos estão procurando recursos mais baratos para se expandir. Logo virão outros atrás", afirma Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. Ele acredita que no prazo de um ano os cinco maiores do setor estejam na Bovespa. Na avaliação de Rosa, a aertura de capital permite o aumento da participação das empresas no mercado e uma maior concentração do setor.