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Maringá (PR) espera vacinar todo gado contra aftosa

A segunda etapa da campanha de vacinação termina hoje e Maringá quer imunizar 360 mil bovinos e bubalinos


A segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa termina nesta segunda-feira (20-11). Na região de Maringá (PR), na primeira etapa, realizada em maio, 99% do rebanho foi vacinado. Agora, a expectativa do núcleo é que todo o gado da região seja imunizado, um total de 360 mil bovinos e bubalinos.

Os criadores de gado que não vacinarem o rebanho, além de se exporem ao risco da doença, ainda terão que pagar uma multa de R$ 80 por animal. A comprovação da vacina deverá ser feita até o dia 30 deste mês nas unidades veterinárias da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab). O pecuarista deverá ter em mãos as notas fiscais da compra da vacina e o relatório do gado vacinado. Aqueles que não apresentarem a comprovação deverão apresentar justificativa que será avaliada pela secretaria.

A segunda etapa da campanha de vacinação foi lançada no dia primeiro deste mês, praticamente um ano depois de o Governo do Paraná ter anunciado a suspeita dos focos de febre aftosa no Estado. Apesar de não ter sido confirmado nenhum caso, os produtores sofrem as conseqüências até esta segunda-feira.

Segundo o pecuarista Otávio Chaves, que já vacinou as 340 cabeças de gado de sua fazenda, os custos indiretos causados pela crise no setor tornam incalculáveis os prejuízos. "A redução da demanda externa pelo produto reduziu a rentabilidade do negócio. Com isso, diminuíram os investimentos, como adubagem da terra, o que proporciona perdas futuras", afirma.

Atualmente, mais de 50 países ainda seguem as barreiras à importação da carne paranaense. De acordo com o chefe do núcleo regional de Maringá da Seab, Renato Cardoso Machado, a credibilidade da carne paranaense no mercado externo só poderá ser recuperada se todo o rebanho for vacinado. "É de fundamental importância que todos os pecuaristas vacinem seu gado. Esse é o amparo contra a doença e a possibilidade de reconquistar o mercado novamente", acredita Machado.

O chefe da Sebar em Maringá enfatiza que todos os criadores devem vacinar o gado, mesmo aqueles que têm pasto na periferia da cidade. "Ninguém pode ficar de fora. Se o pecuarista não tiver condições de vacinar, deve entrar em contato com o núcleo", garante.

Saúde animal

10 milhões é o rebanho de bovinos e bubalinos que a Seab pretende imunizar na segunda etapa da campanha no Paraná.

97,6% foi a porcentagem do total do rebanho vacinado no Paraná na primeira etapa da campanha.

Todos devem vacinar o gado

Ágide Meneguette - presidente da Faep

Em que foi baseada a suspeita da febre aftosa no Paraná?

De acordo com a Secretaria da Agricultura, técnicos do governo identificaram animais que vieram do Mato Grosso do Sul, da área onde foram verificados focos de aftosa, com todos os sintomas da doença. Com base nessas indicações, o Secretário da Agricultura achou por bem considerar uma suspeita séria e comunicou ao Ministério da Agricultura e divulgou publicamente.

De quanto foi o prejuízo gerado pela febre aftosa no Paraná?

Foi de mais de R$ 1,3 bilhão o prejuízo dos pecuaristas de corte, de leite, suinocultores e avicultores, em uma estimativa conservadora. As exportações de carnes de boi e de suínos foram suspensas. Milhões de litros de leite tiveram que ser jogados fora. Os preços pagos aos pecuaristas e suinocultores caíram violentamente e as vendas também.

Além da vacinação, quais os outros cuidados que os pecuaristas devem tomar para evitar a febre aftosa?

De conscientizar algum vizinho ou conhecido que precisa vacinar. Pode ocorrer que apenas um produtor deixe de vacinar o seu gado e, por azar, apareça um foco na sua fazenda. O rebanho de todo o Paraná estará prejudicado. Os Conselhos Municipais e Intermunicipais de Defesa Sanitária tem esse papel, de fazer com que todos, mas todos, vacinem o gado.

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