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Massey Ferguson pode instalar fábrica no Mato Grosso

Os sinais são o retorno da atividade produtiva do agronegócio aos níveis de 2004 e o dólar a R$ 3


O retorno da atividade produtiva do agronegócio aos níveis do ano passado e o dólar em torno de R$ 3 são os sinais emitidos pela Massey Ferguson, do conglomerado AGCO, para iniciar o processo de implantação de uma fábrica em Mato Grosso. Com os critérios, em dois anos, segundo executivos, a execução do projeto pode se materializar.

Na edição da Agrishow Cerrado do ano passado, a empresa anunciou a iniciativa. Ontem, a companhia reafirmou a disposição de ter uma planta no Estado, mesmo com vendas menores, o que tem provocado cortes dos custos internos.

"No nosso planejamento estratégico está prevista uma planta em Mato Grosso. Isto está alinhado para acontecer. No momento, paramos investimento em duas fábricas", explica o vice-presidente da empresa para América do Sul e Caribe, Normélio Ravanello, em entrevista coletiva à imprensa, durante a programação de ontem da quarta edição da Agrishow Cerrado 2005, que está se realizando em Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá).

"Se a resposta da produção for positiva, retomaremos investimento no ano que vem, ou em 2007. O mercado brasileiro precisa voltar ao mesmo patamar do ano passado", afirma o executivo.

Durante a conversa pela manhã, Ravanello e o diretor nacional de Marketing da fabricante de máquinas agrícolas, Fábio Piltcher, avaliaram que a venda de tratores e de colheitadeiras deve ter uma redução, respectivamente, em cerca de 15% e 50%, neste ano. Mesmo com a visão otimista, a empresa listou entre empecilhos para a manutenção dos negócios os custos internos e a barreira cambial, que impedem ganhos aos produtores na comercialização.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton Mello, informou que o segmento teve queda média de 30% nas vendas do primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2004, sem considerar tratores e colheitadeiras. Mello acredita ser difícil recuperar o ritmo do ano passado.

O vice-presidente da Massey Ferguson citou que o pouco giro dos negócios já se refletiu na diminuição de mão-de-obra na empresa. Em sua fábrica de colheitadeiras de Santa Rosa (RS), 510 funcionários foram demitidos tanto da área administrativa como da industrial. Outras 60 pessoas da área administrativa também saíram da Massey Ferguson em Canoas (RS). A empresa ainda tem equilibrado seus custos com a flexibilização de menos dias de trabalho dos empregados durante a semana. "Nossa estrutura e nossa rede de concessionários e de assistência técnica estão intocáveis. Mexemos na questão interna para reduzir custos", justifica Ravanello. A empresa prevê recontratar os desempregados no prazo de um ano.

Outro impacto na operação comercial da empresa, chama atenção Piltcher, é o custo do aço utilizado na produção de máquinas agrícolas, com interferência direta de 20% no aumento de custos para a empresa. Junto com o dólar, reforça o diretor, a matéria-prima tem feito o Brasil perder a competitividade na exportação.

Segundo a área de vendas da empresa, em sondagens com produtores, é possível notar a retomada dos negócios, por exemplo, na cultura da soja, com reação de preços. Mesmo com a colheita menor comparada com 2004. Na praça de Rondonópolis, região onde o grão atinge a melhor cotação no Estado, devido à logística, o valor de mercado gira em torno de R$ 26 (US$ 10,00). Com a cotação próxima a R$ 3,20, e não os R$ 2,60 atuais, a saca de soja poderia estar cotada em R$ 37.

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