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Mato Grosso investe no cultivo de feijão

Cada região precisa de um manejo cultural diferenciado; pesquisadores estudam adaptações


Cada região precisa de um manejo cultural diferenciado; pesquisadores estudam adaptações

Mato Grosso vem se destacando como produtor de feijão. Como há o feijoeiro da seca, das águas e o irrigado, o Estado produz durante quase todo o ano. O plantio só começa depois da primeira chuva. Especialistas no assunto garantem que boa parte da produção mato-grossense fica no Estado, exceto o feijão caupi, que é cultivado especificamente para a exportação.

A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) investem em parcerias e tecnologias para aumentar a produção e a produtividade do feijão no estado. Novas cultivares estão sendo lançadas e os pesquisadores se dedicam ao estudos da adaptação já para a próxima safra.

O pesquisador e melhorista da Empaer, Valter Martins de Almeida, que trabalha há mais de 20 anos com o desenvolvimento da cultura do feijoeiro no estado, conta que cada região precisa de um manejo cultural diferenciado. "O feijão não gosta de calor e muito menos do frio. É adepto de temperaturas amenas".

Cerca de 85% do feijão produzido em Mato Grosso são empresariais, ou seja, cultivados por produtores que investem em tecnologias e cultivares mais resistentes para ter boa produtividade e fazer da produção um negócio rentável. Estes agricultores estão concentrados nos municípios de Sorriso, Sapezal, Primavera do Leste, Campos de Júlio e Campo Novo dos Parecis.

Os outros 15% são cultivados pelos agricultores familiares espalhados por todo o estado. Estas famílias produzem para consumo próprio e só vendem o excedente. Primavera do Leste, Aripuanã e Apiacás são os municípios onde os pequenos lavradores estão se destacando na produção da leguminosa.

Os produtores empresariais optaram pelo cultivo irrigado que ainda é o mais produtivo. A colheita chega a cerca de 2 mil quilos por hectare. A variedade mais cultivada é o carioca. "É importante ressaltar que cada região brasileira tem uma cultivar que se adapta melhor, ou seja, mais produtiva e resistente às pragas e doenças. Enquanto Mato Grosso produz bem o carioca, as regiões Sul e Sudeste optam pelo feijão preto".

O feijoeiro cultivado em temperaturas altas se torna sensível às pragas e doenças. De acordo com Valter, fica difícil produzir na Baixada Cuiabana. Mesmo assim, a Empaer assiste lavradores em Acorizal, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Nobres e Santo Antônio do Leverger. "Temos estudado o comportamento do feijão até em áreas pantaneiras. Os resultados são surpreendentes".

Valter conta ainda que a Empaer tem experimentos nos municípios de Cáceres, Tangará da Serra e Sinop. Também faz transferência de tecnologia para alguns agricultores de Juína e Alta Floresta. "Fornecemos as sementes e todas as orientações de manejo e os produtores nos dizem qual é a cultivar mais produtiva para aquela região. Essa parceria é importante para definirmos o que é melhor para cada município".

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