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Mato Grosso vai levar cinco anos para fechar a conta

As dívidas são de R$ 4,3 bi, enquanto a rentabilidade este ano será de R$ 1,5 bilhão


Os produtores de Mato Grosso precisarão comprometer a rentabilidade das lavouras pelos próximos cinco anos para conseguirem, finalmente, fechar as contas. A previsão é do sócio-diretor da Agoconsult, André Pessôa. “Os próximos anos são promissores. Isso pode ser percebido pela reação dos preços de grãos, como milho e soja, no mercado internacional. No entanto, ainda existe um déficit entre receita e despesa, especialmente em Mato Grosso”, explicou Pessôa durante workshop realizado ontem pela Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja).

O balanço anual de 2007 aponta que o total de dívidas em Mato Grosso é de R$ 4,3 bilhões, enquanto a rentabilidade este ano será de R$ 1,5 bilhão, um saldo negativo de cerca de R$ 3 bilhões. Para o consultor, o governo tem que agir rapidamente e intervir para que os produtores tenham fôlego para atravessar 2007 e 2008, para começarem a recuperação da atividade no estado.

Pessôa aponta duas medidas emergenciais para auxiliar os produtores neste momento. A primeira é a consolidação do Fundo de Aval que irá permitir o refinanciamento das dívidas junto aos fornecedores de insumos referentes às safras 2004/05 e 2005/06 que já vem sendo negociado pela Aprosoja e outras entidades. Os recursos para viabilizar a quitação desses débitos virão do FAT-Giro Rural.

Outra proposta é a criação de um bônus de adimplência para aqueles que conseguirem quitar em dia as parcelas das linhas de investimento oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Logística:

No entanto, André Pessôa ressaltou que as medidas emergenciais não são suficientes para manter a competitividade na agricultura. “O governo tem que começar a colocar na pauta de prioridades as medidas estruturais como, logística, seguro agrícola, mecanismos eficientes de comercialização, defesa sanitária”. O consultor aponta que em Mato Grosso o maior gargalo para perda de competitividade está na logística.

O presidente da Aprosoja, Rui Prado, disse que a entidade vai começar a atuar junto ao governo para pedir empenho nas soluções desses gargalos. “Assim que terminarmos as negociações para a viabilização do FAT-Giro Rural, vamos retomar a pauta das questões estruturais. Este é o último item emergencial pendente da pauta de reivindicações do Grito do Ipiranga”, disse ele.

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