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Matriz energética do Brasil é a mais limpa do mundo

Em busca da sustentabilidade, diversos países traçam planos que preveem a substituição gradual de combustíveis mineirais (petróleo e diesel) por renováveis (etanol e biodiesel)


O Brasil tem hoje uma matriz energética na qual 46% é energia renovável. No resto do mundo, esse índice cai a 12% – o petróleo e seus derivados continuam sendo a principal fonte de geração de energia. É que aqui, além do etanol hidratado que abastece os carros flex brasileiros, o álcool é adicionado à gasolina em blends maiores que no resto do mundo – atualmente varia de 20% a 25%.

Em busca da sustentabilidade, diversos países traçam planos que preveem a substituição gradual de combustíveis mineirais (petróleo e diesel) por renováveis (etanol e biodiesel). As medidas de incentivo à energia renovável e os prazos para cumprir as metas variam de acordo com o país.

Nos Estados Unidos, 70% da gasolina têm 10% de etanol. O país consumiu no ano passado 34 bilhões de litros de álcool, e a meta é atingir 113,6 bilhões de liros até 2020. Desse volume, 44% deve ser de etanol celulósico.

A União Europeia estipulou que até 2020 toda a gasolina comercializada nos 27 países do bloco deve conter 10% de combustível renovável.

Na China, a mistura 10% de etanol à gasolina é permitida em dez das 22 províncias do país. No Japão, é permitida a adição de 3% de álcool à gasolina, mas não obrigatória. A meta japonesa é chegar a 10% de mistura até 2010.

Entre os países que já adotaram ou pretendem adotar a mistura de etanol à gasolina estão também: Índia (hoje, 5% em nove estados; 20% até 2017); Venezuela (10% em 70% do território nacional); Canadá (5% até 2010); Suécia (5% hoje, com aumento gradual do blend até 85%); Filipinas (5% hoje, 10% até 2011); Tailândia (10%); Austrália (5% até 2010 em Queensland); Taiwan (3% a partir de 2011).

Entraves políticos

Entre teoria e prática, contudo, há um abismo muito grande. Não basta apenas lançar planos nacionais de incentivo aos biocombustíveis. Para que o álcool possa se consolidar como commodity e ganhar o mundo, é preciso abrir mercados, “permitir que o etanol flua livremente pelo mundo como acontece hoje com o petróleo, que é um bem escasso e finito”, afirma Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

“Hoje não existe um modelo de precificação no mercado de etanol. Não existe, sequer, um mercado global de etanol. E para chegar lá ainda há um longo caminho a se percorrer”, observa o diretor-técnico da Única, Antônio de Pádua Rodrigues. Na sua avaliação, além de políticas públicas de apoio aos combustíveis renováveis, é preciso familiarizar o consumidor mundial com o etanol, incentivar o consumo para, então, estimular a oferta e só aí aumentar a produção. Para ele, só haverá revolução se houver demanda.

E, diferente do que pregam os países desenvolvidos, não é a sustentabilidade a barreira que impede que o etanol brasileiro extrapole definitivamente as fronteiras nacionais. A questão é política, avalia Plínio Nastari, analista da consultoria Datagro. Para ele, a saída é firmar acordos bilaterais de comércio que definam cotas de importação livres de impostos.

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