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Medição de massa de forragem por satélite amplia o desempenho do gado de corte

Dados mais apurados calculam a quantidade de biomassa disponível na pastagem


Foto: Eliza Maliszewski

Definir a taxa correta de lotação (quantidade de quilograma de peso animal por área) é um dos critérios de planejamento mais importantes da pecuária de corte. Acertar tais parâmetros é o primeiro passo para ter condições de alcançar o bom desempenho do animal. Mas, quando o responsável erra no cálculo, é certo que a performance será abaixo do esperado. O raciocínio é simples – se há mais animais do que a capacidade de produção de capim pelo pasto, a produtividade do gado cai, pois faltará comida, além de ser ampliado o risco de a pastagem entrar em processo de degradação.

Hoje, já existem tecnologias que facilitam essa medição, proporcionando dados mais apurados e calculando a quantidade de biomassa disponível na pastagem. Guilherme Reis, diretor de Conhecimento da Prodap, empresa mineira de soluções para maximizar os resultados de fazendas de pecuária de corte, leite e fábricas de ração, explica mais detalhes dos benefícios das ferramentas disponíveis, como a mensuração de massa de forragem por imagem de satélite.

“Com imagens capturadas via satélite e o processamento de dados fotovoltaicos da biomassa que está sob a superfície, conseguimos converter, por meio da inteligência artificial, essas duas informações em massa de forragem, ou seja, quantidade de capim disponível na superfície. É um ganho bastante interessante, pois, com as informações do satélite, temos acesso a uma amostragem muito maior do que a medição feita pelo vaqueiro, fazendo uma varredura completa da área. O benefício também contempla o vaqueiro, que não terá a necessidade de medir todos os pastos da fazenda. A mensuração da altura de cada pasto pelo vaqueiro é trabalhosa e, por isso, muitas vezes é realizada em intervalos de 30 dias ou mais. Assim, a tecnologia de satélite gera outra vantagem para o pecuarista, que passa a monitorar a massa de forragem com maior frequência. Afinal, os satélites passam entre quatro a seis dias por semana, dependendo da região, gerando informações semanais sobre a evolução da massa de forragem”, comenta o especialista da empresa.  

Pecuária 5.0

A Prodap busca, desde meados de 2014, uma nova forma de aplicação para a pecuária e desenvolveu, em parceria com uma empresa especializada em ciência de dados e processamento de imagens, uma solução robusta, capaz de atender de forma eficiente as demandas do setor. Essa tecnologia inovadora traz mais para perto do produtor a pecuária 5.0, possibilitando melhorias não só na gestão, mas na visão de um futuro digital.

“Utilizando uma metodologia de análise da conversão bioenergética das plantas capturada pelos dados dos satélites, a tecnologia desenvolvida em parceria com a Prodap consegue mapear semanalmente as áreas de interesse, acompanhando o desenvolvimento dos pastos mesmo à distância e sem problemas com adversidades climáticas. Por um tempo, tínhamos problemas em mapear as áreas em dias chuvosos ou nublados, pois não se tinha a imagem do terreno. Hoje, superamos esse obstáculo e mapeamos qualquer área, faça chuva ou faça sol”, complementa Lucas Pereira, head de Inovação da companhia.

A metodologia traz ainda outras vantagens, como a obtenção de dados históricos da área, a utilização de milhares de pontos amostrais por análise, geração de resultados em segundos e mantém os critérios de avaliação, ou seja, sem subjetividade na análise dos dados. “Destaque também que, no momento, estamos saindo de avaliação por altura de capim para de fato dar a oferta em quilograma por hectare, possibilitando uma assertividade e um planejamento melhor para o cliente. Sem dúvidas, é um grande avanço no jeito de se fazer pecuária”, finaliza Pereira.

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