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Medidas emergenciais vão repor perdas rurais advindas da seca no RS

Dívidas que venceriam agora serão prorrogadas por 180 dias


O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, disse que o governo vai tomar uma série de medidas para atender a população afetada pela seca no Rio Grande do Sul. Aos produtores rurais, ele garantiu que as dívidas que venceriam agora serão prorrogadas por 180 dias.

O ministro deu a declaração após reunir-se com prefeitos de cidades gaúchas em situação de emergência. As medidas deverão ser tomadas "o mais tardar no início desta semana", e envolverão vários ministérios.

Entre as reivindicações dos prefeitos, estão: anistia a dívidas rurais de produtores afetados pela estiagem, liberação de R$ 9 milhões para o pagamento de equipamentos já licitados pelas prefeituras e que serão usados no meio rural, e doação, para alimentação animal, de parte dos estoques públicos de trigo de baixa qualidade.

O prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, disse que "desde outubro não chove regularmente na região", onde predomina a pecuária leiteira.

Em relação aos estoques de trigo, o ministro disse que o governo está "sensível" à situação dos pecuaristas e que o governo anunciará nas próximas horas uma medida para solucionar o problema de alimentação animal nas propriedades atingidas. Quanto aos recursos para o maquinário já licitado, e que já está nos pátios das prefeituras, Florence garantiu que estão previstos no orçamento e serão liberados assim que este for aberto, no começo de fevereiro.

Sobre anistia de dívidas, o ministro esclareceu que este assunto envolve outros ministérios, e ressaltou que existem diferentes instrumentos que os produtores familiares devem procurar. De acordo com ele, dos 8 mil produtores com seguro rural contratado, apenas 800 formalizaram suas perdas.

Segundo o agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Porto Alegre, José Enoir Daniel, a grande preocupação que os agrônomos estão tendo é com os prejuízos na pecuária e na agricultura. "A falta de água resulta na não-fertilização do solo; com isso, as plantações de soja e de milho não se desenvolvem, prejudicando a safra atual e os animais."

O especialista explica que, para a plantação se desenvolver e produzir, é necessário que a formação do solo seja composta por 50% de ar, 5% de matéria orgânica, 5% de minerais e 40% de espaço vago por onde circula a água. Ele destaca que a pecuária também vem sofrendo com a seca no Rio Grande do Sul. "Animais como ovelhas e bois, com a não-produção do solo, ficam sem se alimentar e sem forças para produzir [leite]."

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