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Melhora genética: Plantas adaptadas à mudança climática

Método reduz o uso de água e nutrientes


Pesquisadores da Universidade Politécnica de Valência e o Conselho Superior de Pesquisas Científicas, em colaboração com o Global Crop Diversity Trust (Alemanha) e o Museu de História Natural de Londres (Reino Unido), promoveram uma nova estratégia de melhora genética cujo objetivo é obter variedades mais resistentes à mudança climática e de maior qualidade, reduzindo o uso da água e de nutrientes.

Batizaram o processo com o termo introgresiómica e o que propõe é a utilização massiva de espécies silvestres relacionadas com os cultivos para ampliar a base genética dos mesmos e poder desenvolver uma nova geração de variedades vegetais que permita enfrentar aos desafios do futuro.


“Até agora, com algumas exceções notáveis como o trigo e o tomate, o potencial das espécies silvestres para a melhora dos cultivos foi aproveitado pouco na melhora genética dos cultivos”, explica Jaime Prohens, diretor do Instituto de Conservação e Melhora da Agrodiversidade Valencia da Universidade Politécnica de Valência.

As espécies silvestres são geneticamente muito mais diversas que os cultivos e muitas decrescem em zonas desérticas ou semi-desérticas ou nos ambientes em que há uma presença de estresse severo derivado das condições climatológicas ou de solo (salinidade, baixa fertilidade).

Além disso, muitas espécies silvestres são tolerantes ou resistentes à doenças que afetam aos cultivos e outras que tem características de interesse para a melhora da qualidade dos cultivos, como um maior conteúdo em compostos bioativos. No entanto, o uso de espécies silvestres na melhora é complicado, pois as espécies silvestres apresentam muitas características desfavoráveis (baixa produção, presença de mecanismos de defesa físicos, como espinhas ou químicos ou substâncias amargas e tóxicas).
Mediante o desenvolvimento e o uso de linhas de introgressão é possível obter plantas com características típicas do cultivo, mas que apresentam alguma propriedade desejável da espécie silvestre. Além disso, as linhas de introgressão são uma potente ferramenta para a dissecção genética dos caracteres de interesse.

“Uma das principais aplicações da introgresiómica é o desenvolvimento de variedades com uma maior resiliência e adaptadas à mudança climática. As variedades com introgressões de espécies silvestres podem contribuir de forma muito eficaz a superar o desafio de conseguir aumentar as produções e qualidade dos cultivos em um cenário de mudança climática e ao mesmo tempo com um modelo de agricultura mais sustentável, com uma maior eficiência no uso de água e nutrientes”, destacou Mariola Plazas, pesquisadora do CSIC no Instituto de Biologia Molecular e Celular de Plantas.

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