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Menor oferta de leite eleva preço em 5%, mas custo também sobe

A média de abril é 4,7% superior à do mesmo mês do ano passado


Em abril, o preço médio pago pelo leite aos produtores (referente à produção entregue em março) aumentou 4,9% em relação ao mês anterior, passando para R$ 0,7956/litro – considera-se a média ponderada dos estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. Em termos nominais, a média de abril é 4,7% superior à do mesmo mês do ano passado, porém, se descontada a inflação do período, a variação passa a ser negativa, em 1% – valores deflacionados pelo IPCA de março/11.

É importante ressaltar que, apesar de o preço do leite estar praticamente no mesmo patamar de 2010, os custos da produção leiteira estão maiores. O principal motivo é a valorização do concentrado, item de elevada participação no total dos custos, constituído principalmente de milho e farelo de soja. No estado de São Paulo, região de Campinas, por exemplo, o milho teve média de R$ 29,44 em abril, 65% maior que em abril do ano passado (comparação de valores nominais); para o farelo, o aumento no mesmo período é de 20%, com a tonelada a R$ 597,77 em abril/11.

O aumento do preço pago ao produtor ocorreu devido à menor oferta de leite. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) recuou novamente em março em todos os estados da pesquisa do Centro – na média geral (sete estados), o índice caiu 5,8% entre fevereiro e março. A maior queda da captação média diária ocorreu no estado do Rio Grande do Sul, com diminuição de 9% de um mês para o outro, seguido por Goiás, com quase 8%. No Paraná, em Santa Catarina, em São Paulo e em Minas Gerais, o Icap recuou entre 4% e 5%. Na Bahia houve redução de 2,5%.


 

O índice de captação do Cepea, em março, foi cerca de 2% inferior ao registrado em março de 2010. No primeiro trimestre do ano, o ICAP-Leite representou recuo de quase 1% frente ao mesmo período do ano passado. Para o Sul do País, a expectativa é de que a produção aumente nos próximos meses com a safra de inverno. Nos demais estados, a oferta de leite pode continuar reduzindo devido à menor quantidade de pastagens e alta do alimento concentrado, que acaba limitando os investimentos na produção.

De acordo com a pesquisa mensal realizada pelo Cepea a respeito das expectativas de compradores de leite sobre o comportamento dos preços no mês seguinte, 85% dos agentes consultados (que representam 92% do volume de leite da amostra) acreditam em alta de preços em maio (referente à produção entregue em abril). Para 15% dos entrevistados (responsáveis por 8% do volume da amostra), deve haver estabilidade. Novamente neste mês, nenhum dos agentes acredita em queda de preços.

A aposta de reajustes está relacionada ao período de entressafra de leite e à valorização de derivados lácteos – em abril, o segmento de leite UHT permaneceu em alta.
 


Em março, os derivados lácteos valorizaram no atacado da maioria dos estados desta pesquisa do Cepea (SP, MG, GO, RS e PR). Em São Paulo, o preço médio do leite UHT aumentou 4,2% em relação a fevereiro, indo para R$ 1,74/litro. Nos demais estados, as altas foram de 6% a 10% no período. O queijo muçarela também apresentou recuperação de preços em março no estado de São Paulo, com alta de 4,6%, tendo média de R$ 10,56/kg. Já o queijo prato teve um aumento mais tímido no atacado paulista em março, de 1,2%, com média de R$ 12,31/kg. O leite pasteurizado também valorizou, 1,2% em relação a fevereiro, com a média indo para R$ 1,31/litro.

AO PRODUTOR – O maior preço médio em abril foi registrado em São Paulo, de R$ 0,8253/litro. Nesse estado, houve aumento de 3,6% em relação a março – o equivalente a 2,9 centavos por litro. Em Goiás, a média atingiu R$ 0,8099/litro, alta de 4,5% (3,5 centavos por litro) frente a março. Em Minas Gerais, houve reajuste de 5,2% nos preços entre março e abril (quase 4 centavos por litro), com a média indo para R$ 0,8002/litro.
 

Em Santa Catarina, houve alta de 6,7% no preço médio do leite em relação a março (equivalente a 5 centavos por litro), com a média chegando a R$ 0,8105/litro. No Paraná, a média foi para R$ 0,7727/litro, aumento de 3,1% (2,3 centavos por litro) frente ao mês anterior. No Rio Grande do Sul, o preço médio em abril foi de R$ 0,7583/litro, valorização de 6,2% (4,4 centavos por litro) no mesmo período. Todos esses valores são brutos, ou seja, incluem frete e 2,3% de Funrural.

As informações são da assessoria de imprensa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.

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