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Mercado corre atrás da soja

Pela primeira vez na história do MT negociações atingem nível de comprometimento de 18% da produção


Pela primeira vez na história do MT negociações atingem nível de comprometimento de 18% da produção


A três meses e meio para o início da temporada de plantio da soja, os produtores mato-grossenses já comercializaram 18% da próxima safra, o ciclo 11/12. É a primeira vez que um volume como este é negociado nesta época do ano. Para se ter uma idéia, nas últimas três safras este volume só foi comercializado no mês de agosto. No ano passado, por exemplo, até julho haviam sido negociados apenas 15%.


Pelo menos dois fatores, segundo os analistas de mercado, influenciaram a venda de uma forma mais precoce este ano: o alto preço da saca da soja no mercado futuro e o adiantamento da aquisição de insumos antes de altas mais significativas e de variações abruptas do câmbio (dólar).

“Este comportamento [adiantamento das vendas de soja] reflete os bons preços internacionais da oleaginosa, preços esses que remuneram a produção e garantem rentabilidade ao produtor”, frisa o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Carlos Henrique Fávaro.

Ele recomenda, entretanto, que as vendas não sejam concentradas em apenas um período do ano, uma vez que os preços ainda poderão variar em favor do produtor no decorrer de 2011. “Este ano, curiosamente, esse movimento começou mais cedo porque o mercado da soja está em um momento favorável e o produtor percebe isso. Isso é muito interessante, uma vez que o produtor pode ir diminuindo riscos na próxima safra e travando os custos”. Na opinião de Fávaro, o ideal é o produtor diluir as vendas ao longo do ano, com operações de 10% a 15% da safra a cada momento. “Agindo dessa forma, com certeza o produtor terá margem de lucro garantida na próxima colheita”.

Ele diz que os preços continuam atraentes. No ano passado, nesta mesma época, a saca de soja era negociada a preços entre US$ 15 e US$ 16, preço médio no Estado. Atualmente, as cotações variam de US$ 21 a US$ 22/saca. “É isso que está acelerando as vendas. Mas é bom lembrar também que nem tudo é ganho para o produtor. Já constatamos uma alta de 20%, até 30% nos preços dos adubos. Por isso é importante o produtor travar os custos nos momentos de pico dos preços e garantir rentabilidade”, frisou.

Por conta disso, os sojicultores - principalmente os que completam o ciclo da safra com o plantio de algodão - aproveitam a capitalização pela ótima colheita 10/11 da oleaginosa e fazem trocas à vista dos grãos armazenados por produtos como sementes, fertilizantes e defensivos para a safra 11/12.


De acordo com analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as vendas antecipadas tendem a “crescer rapidamente, pois este volume em grande parte é comprometimento com troca de produtos para a safra 11/12”. A região médio norte soma 21,3% da produção comercializada, seguida pelas regiões oeste e sudeste, com 19,8% e 15,5%, respectivamente.

SAFRA 10/11 - Esta semana os preços da soja mato-grossense, produto que já contabiliza 83,6% comercializados, acompanharam a alta no mercado internacional que, devido ao atraso no processo de plantio norte-americano, gerou especulações que provocaram certa volatilidade nos preços. Nesta temporada 10/11, a produção estadual rompeu a barreira das 20 milhões de toneladas.

Em Sorriso, a soja começou a semana passada valendo R$ 37/saca e terminou cotada a R$ 37,50/saca, variação positiva de R$ 0,50/saca. Para Sapezal, a média semanal observada foi de R$ 38,73/saca, com registros de negociações a R$ 38,70/saca. Em Nova Mutum foram registradas negociações da oleaginosa com precificação de R$ 38,50/saca na quarta-feira, fechando a semana sendo cotada a R$ 38,40/saca.

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