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Mercado do frango apresenta variações consideráveis nos últimos meses

O valor e o volume de exportação do produto tiveram grande oscilação entre setembro e outubro



Dados relativos às exportações agropecuárias, divulgados pela Federação de Economia e Estatística (FEE) no mês de setembro, revelaram um aumento de 11,4% no volume de exportação da carne de frango, tanto in natura como industrializado. O valor do produto subiu apenas 3,7%.

Para explicar o fato, o economista da Unijuí e especialista em agronegócio Argemiro Luis Brum ressalta que os preços do frango, em média, recuaram bastante na virada de 2016 para 2017. Segundo ele, a Operação Carne Fraca foi um dos principais motivos para o preço da carne bovina reduzir para o consumidor final, fazendo com que a carne de frango fosse “deixada de lado”.

Sem conseguir encontrar uma saída no mercado interno, o produto ficou dependente das exportações, que não foram suficientes para dar conta do volume existente. Com isso, os preços recuaram.

Já os últimos números divulgados, referentes a outubro, apresentaram uma grande diferença. O valor de exportação chegou a 18,1% e o volume ficou em 6,6%. “Isso mostra que o mercado externo melhorou bastante em termos de preço. Como voltamos a consumir mais, o crescimento do volume exportado aumentou menos”, ressalta o economista, que diz ainda que essas variações são normais no mercado do frango, devido a sua volatilidade.

Brum ainda resgata algumas informações que corroboram com o atual momento econômico do setor: em 2015, a disponibilidade interna de frango no Brasil bateu seu recorde histórico, atingindo 46 kg por habitante. Em 2016, recuou para 44,7 kg e, em 2017, os criadores optaram por uma estratégia de diminuir o alojamento de pintos, impactando na oferta final da carne. “Entre janeiro e setembro, o alojamento de pintos de corte no Rio Grande do Sul ficou em 579 mil cabeças, contra 860 mil entre todo o ano de 2016, evidenciando um ritmo menor na projeção do acumulado anual”, destaca.

Em setembro, o frango in natura aparece com um aumento de 2,5% no valor e 10,4% no volume. Já o frango industrializado obteve um crescimento maior, com 22,6% a mais no valor e 30,8% no volume, visando o mercado externo como forma de suprir a baixa demanda do mercado interno. No mês de outubro, o in natura subiu seu valor em 16,9% e volume em 6,5%. O industrializado registrou aumento de 36% no valor e 8% no volume.

Brum explica que o frango industrializado tem maior valor agregado e maior demanda. Embora os preços estejam bem avaliados no cenário internacional, a redução do consumo interno obriga as indústrias a venderem o excedente do industrializado no exterior, aumentando o volume.

Esses números impactam diretamente na economia do estado, já que o Rio Grande do Sul é o terceiro principal produtor e exportador de carne de frango do Brasil, ficando atrás apenas de Santa Catarina e Paraná. Nos primeiros oito meses do ano, o RS exportou 494,901 mil toneladas de carne de frango (inteiros e partes), alcançando um preço médio de US$ 1.607,20 por tonelada.

Se a demanda interna não se mantiver estável, os produtores serão obrigados a controlar mais ainda o alojamento dos pintos de corte, já que o preço do milho aumentou nesta reta final de ano, passando de R$ 21,00 para R$ 26,50 no balcão gaúcho, elevando o custo de produção da avicultura.

 

por Guilherme Engelke
Edição: Aline Merladete

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