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Mercado é desafio do programa de melhoramento de soja

Em média, o lançamento de uma cultivar demanda 12 anos de pesquisas


Em média, o lançamento de uma cultivar demanda 12 anos de pesquisas

Aumentar nos próximos anos a oferta de cultivares superiores de soja da Embrapa ao mercado brasileiro é uma das metas do programa de melhoramento genético de soja, desenvolvido pela Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), Embrapa Soja (Londrina-PR) e Embrapa Transferência de Tecnologia (SNT), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

“Temos que aumentar a oferta de cultivares de soja geneticamente superiores para o mercado a fim de atender as necessidades dos agricultores e colaborar com a sustentabilidade do agronegócio brasileiro”, afirma o pesquisador Sebastião Pedro da Silva Neto, coordenador do programa na Embrapa Cerrados. O programa de melhoramento é conduzido em parceria com a iniciativa privada, por meio das Fundações Cerrados e Bahia que financiam parte dos experimentos e fazem a conexão do programa de melhoramento com o mercado. Em contrapartida, os produtores de sementes, colaboradores das fundações, têm a exclusividade de explorar as cultivares lançadas por um período de 10 anos. Em média, o lançamento de uma cultivar demanda 12 anos de pesquisas.

Embora a Embrapa tenha lançado cerca de 50 variedades de soja importantes para o desenvolvimento da agricultura do Cerrado nos últimos 30 anos, a situação atual exige novas estratégias. A sojicultura brasileira avançou para a região do Cerrado e abriu possibilidades para a produção de outras espécies vegetais e proteínas animais neste bioma, tornando a região berço de uma agricultura altamente produtiva. Atualmente, a cultura da soja é mola propulsora de altos índices de desenvolvimento humano e econômico na região, que é responsável por mais de 60% da produção de alimentos no Brasil.

Modificações nos cenários econômicos nacional e internacional, bem como no ambiente agrícola, têm feito com que os produtores necessitem a cada ano de novas cultivares de soja com maior teto de produtividade, aliado a resistência a doenças como a ferrugem asiática, mofo branco e aos nematóides. “Novos eventos de biotecnologia também têm sido requeridos para facilitar o controle de ervas daninhas e insetos praga nas lavouras de soja. Para isso, o melhoramento de soja da Embrapa tem incorporado novas técnicas de melhoramento genético e novas formas de financiamento de pesquisas”, explica Sebastião Pedro.

A aposta para aumentar a participação no mercado tem sido o melhoramento participativo com os parceiros sementeiros. Como o que vem ocorrendo no oeste baiano, em que 20 variedades foram avaliadas recentemente pelo setor privado. Na 13ª edição da Passarela da Soja, realizada em São Desidério (BA), em março passado, produtores parceiros das fundações conheceram linhagens de soja que estão em fase de pré-lançamento. O objetivo dessa apresentação foi permitir uma maior participação dos produtores na escolha das variedades a serem lançadas.

Melhoramento genético – No atual ano agrícola, a Embrapa Cerrados, em parceria com as fundações Cerrados e Bahia, conta com 63 ensaios de melhoramento. Nos ensaios preliminares e finais são selecionadas as cultivares, conforme os seguintes critérios: produtividade; resistência a doenças como ferrugem asiática, mofo branco, fusariose e nematóides (/Heterodera glycines/, /Meloidogyne/ /incognita/ e /M. javanica/ e /Pratylenchus/ spp).

Além dos experimentos na Embrapa Cerrados, as cultivares são testadas em 22 locais localizados em regiões edafoclimáticas representativas nos estados do Mato Grosso, Bahia, Goiás, Minas Gerais e Tocantins. Nos ensaios finais, as cultivares são testadas estatisticamente e comparadas com as melhores cultivares comerciais existentes no mercado. Somente após, as novas cultivares podem ser registradas e protegidas junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para que possam ser comercializadas e receberem as taxas tecnológicas correspondentes.

A pesquisadora Claudete Teixeira explica que para lançar um novo material é preciso o registro para dar entrada no sistema de produção de sementes e o teste de DHE ( Distinguibilidade, Homogeneidade e Estabilidade) para proteger a cultivar. “Para que a Embrapa tenha o direito sobre o material que vai passar para os parceiros, precisa mostrar que é a obtentora”, acrescenta a pesquisadora, que e responsável pela produção de sementes do melhorista – fase que antecede a entrada da nova cultivar no sistema brasileiro de produção de sementes. A multiplicação de sementes é feita tanto para as cultivares a serem lançadas, quanto para a manutenção de sementes de categorias superiores das cultivares já foram lançados anteriormente no mercado.

As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Cerrados.

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