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Mercado internacional puxa preços dos fertilizantes para cima em GO

A maior alta verificada foi no Sulfato de Amônio (+12,3%)


Os preços de um dos insumos agrícolas mais usados em Goiás continuaram disparados no mês de outubro e com tendência de mais altas para o próximo mês. A variação média de preços entre setembro e outubro de 2010 foi de 5,3%, variação esta um pouco menor no comparativo de agosto e setembro quando os preços subiram 8,1% na média geral. Quando comparamos os preços verificados atualmente no mesmo período do ano passado (outubro), notamos uma diferença elevada, 33,75%. Na média de outubro de 2009 o preço médio da tonelada do fertilizante custava R$ 758,53, agora em outubro de 2010 o preço médio fechou em R$ 1014,50, mais uma evidência dos preços mais elevados no 2º semestre comparado com o mesmo período de 2009.

Os grandes vilões dos aumentos de preços nesse 2º semestre são as matérias-primas que tem subido no mercado internacional desde o mês de agosto. Se observarmos a curva de preços dos produtos no mercado local e a curva de preços das matérias-primas no mercado internacional, vemos uma interessante correlação que mostra claramente a influência desses produtos internacionais no mercado brasileiro, e mostrando ainda de forma mais evidente os impactos da nossa “fertidependência”.

Das matérias-primas no mercado local somente o cloreto de potássio teve variação negativa com relação à outubro de 2009 (-14%). Na média geral os formulados subiram 5,42% e as matérias-primas 5,14% em relação a setembro. A maior alta verificada foi no Sulfato de Amônio (+12,3%), depois o MAP (+5,38%). A menor variação foi no preço da Uréia Agrícola (+1,83%).

No mercado internacional, os preços subiram na média de 9,7% em relação a setembro, variação maior relativo a agosto/setembro que foi de 6%. MAP e enxofre voltaram a disparar nos preços. O primeiro teve cotação média de US$ 507,88 a tonelada em setembro, em outubro a cotação fechou em US$ 560 (+10,26%) e em novembro os preços continuam subindo, bem como os outros produtos.

Em relação a outubro de 2009, os preços têm se comportado da mesma maneira relativo ao mercado local. Preços mais altos no 1º semestre e mais baixos no 2º o que tem provocado variações tão grandes como é o caso do enxofre que variou 167% em relação a outubro de 2009, onde custava US$ 44,50 a tonelada e em outubro de 2010 custou US$ 140,17. O MAP custou em outubro de 2009 US$ 333,50/ton e em outubro custou US$ 560/ton, variação de quase 68%.

Mercado

O mercado de fertilizantes no Centro-Oeste está em fase de conclusão, e estima-se que já estamos chegando em 90% do mercado. O chamado mercado “picadão” (menores quantidades) continua fazendo com que as fábricas estejam funcionando a todo vapor e os caminhões fazem filas nas unidades misturadoras. Problemas têm ocorrido em decorrência disso, pois os produtores que anteciparam compras e que agora, devido ao atraso no plantio, estão retirando os produtos, têm gerado ainda mais tumulto de caminhões nas fábricas, mas a situação é considerada normal para a época. A previsão é de que nesse momento de entressafra as unidades sucroenergéticas voltem a comprar fertilizantes para adubar as soqueiras e fazer renovação dos canaviais, fato explicado pela necessidade do momento e pelas boas perspectivas do setor ante a crise de 2008.

Nos dados de troca de fertilizantes por produtos no mês de outubro, os destaques foram para o feijão com variação negativa de mais de 44% em relação a setembro, quando foram necessárias 10 sacas do produto para se adquirir uma tonelada de fertilizante e em outubro essa quantidade caiu para 5,26 sacas. O milho também foi destaque com variação negativa de 12,8% na relação de troca, que apesar de ter o fertilizante encarecido em outubro, o preço também aumentou em 21% em relação a setembro. O arroz, produto da cesta básica, teve a relação de troca positiva em outubro, passando de 23,21 sacas para 24,72 sacas para aquisição de uma tonelada de fertilizantes (+6,52%).

A elevação dos preços dos insumos provocou um aumento médio de 3,4% nos custos de produção das principais culturas, variação um pouco menor do que o verificado em setembro (5,4%). O impacto da elevação dos preços de insumos, principalmente os fertilizantes é evidente nos custos de produção já que respondem por pelo menos 21% dos custos totais de produção de feijão, 30% dos de milho e 22% dos de soja em Goiás. Em relação a outubro de 2009 os custos se elevaram em 13% na média geral. Os preços recebidos pelos produtores aumentaram e amenizaram os impactos diretos nos custos de produção. Na média geral os preços foram 23,7% maiores que os verificados em setembro, puxados principalmente pela elevação dos preços do feijão (100%), do milho (21%) e do algodão (9,6%). Conforme estudos, o câmbio não tem correlação direta sobre os preços dos fertilizantes e a lei da oferta e demanda ainda é a mais preponderante, bem como os preços do petróleo no mercado internacional que tem quase batido à casa dos US$ 90 o barril.

A previsão é de continuidade na elevação dos preços no mercado local visto o comportamento no mercado internacional no mês de novembro e os produtores que resolveram adquirir mais quantidade em função do aumento de área nesse início de plantio, se deparam agora com preços bem mais altos do que os pagos no início do ano de 2010, o que gerou desconforto muito grande, pois resolvera investir no aumento de área em função dos bons preços dos produtos no mercado, especialmente da soja.
 
Mercado de Fertilizantes - Regional Goiás
FERTILIZANTE (Formulados)
out/09 set/10 out/10

Variação (%)

entre Set/10 e

out/10

Variação (%)

entre Out/09 e

Out/10

Adubo (02-20-18 + 3% FTE) 664,33 815,25 897,25 10,06 35,06
Adubo (04-14-08 + 0,3% ZN) 519,00 643,00 692,13 7,64 33,36
Adubo (04-30-10 + 0,3% ZN) 710,00 898,75 1.009,50 12,32 42,18
Adubo (05-25-15 + 0,3% ZN) 737,75 894,75 954,00 6,62 29,31
Adubo (08-20-18 + 0,3% ZN) 746,50 896,00 1000,25 11,64 33,99
Adubo (12-06-12) 612,75 659,33 806,50 22,32 31,62
Adubo (20-00-20) 780,00 745,00 944,58 26,79 21,10

 

Preços médios dos produtos em Reais (R$)
FERTILIZANTE (matéria-prima)
out/09 set/10 out/10

Variação (%)

entre Set/10 e

Out/10

Variação (%)

entre Out/09 e

Out/10

Adubo (Cloreto de Potássio)
1.213,33 961,25 1.041,00 8,3 -14,20
MAP 810,00 1.195,00 1.306,75 9,35 61,33
Adubo (Sulfato de amônio) 519,00 555,00 718,50 29,46 38,44
Adubo (Super 03-17-00) 415,50 568,50 623,00 9,59 49,94
Adubo (Uréia Agrícola) 723,50 890,00 1.021,67 14,79 41,21
 

Fertilizantes por Produtos Agrícolas

Quantidade de produto agrícola necessário para se adquirir uma ton. de Fertilizante

Produtos Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10

Var. %

Arroz (sc 60 kg) 23,10 22,94 23,21 24,72 6,52
Algodão (@) 18,65 19,86 15,78 15,31 -2,99
Feijão (sc 60 kg) 7,79 9,69 9,98 5,26 -47,23
Milho (sc 60 kg) 82,63 64,46 49,88 43,49 -12,81
Soja (sc 60 kg) 24,11 24,34 23,88 23,61 0,99
Cana (1 ton) 23,76 23,75 22,86 21,96 -3,94
 
A análise dos preços de fertilizantes é realizada mensalmente pela Gerência de Estudos Técnicos e Econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).

Gerente de Estudos Técnicos e Econômicos: Edson Alves Novaes

Responsável técnico: Alexandro Alves dos Santos

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