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Mercado nacional da soja deve seguir em alta

O motivos seriam os preços internacionais e do dólar, segundo a Conab


Foto: Nadia Borges

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou os números do 5º Levantamento da Safra de Grãos que aponta uma alta na produção de soja de 7,2%, alcançando 133,8 milhões de toneladas. O número é um pouco maior do que foi projetado em janeiro (133,6 milhões t). Já a área plantada está em 38.2 milhões de hectares, também acima de janeiro (38.1 milhões ha), um avanço de 0,2%. 

Segundo a Conab o clima favoreceu no final do ciclo, com a regularização das chuvas. Em outubro foram registradas precipitações abaixo das médias históricas em praticamente todos estados produtores da oleaginosa, especialmente os da Região Centro-Oeste, maior produtora nacional. A partir de dezembro e durante janeiro houve a ocorrência de precipitações mais volumosas, propiciando condições mais adequadas para o encerramento do plantio nas diversas regiões, bem como a normalização no desenvolvimento das lavouras. 

Com essa boa expectativa a média dos preços de dezembro na Bolsa de Valores de Chicago (CBOT) foi de US$ 13,74/bu. A alta do mercado internacional tem como fundamento a forte demanda de soja para exportação nos Estados Unidos que originaram o menor estoque de passagem deste país desde a safra 2013/2014. Os preços CBOT chegaram a ser cotados a US$ 14,36/bu, o maior valor nominal desde de 2014.

Segundo a projeção a preocupação com o clima no Brasil, por enquanto, deixa de ser uma condicionante altista dos preços internacionais, mas um excesso de chuva na colheita ainda pode prejudicar o andamento da safra e, com isso, voltar a influenciar os preços. Outro fator que está mantendo os preços Chicago em alta é a greve dos caminhoneiros na Argentina que afeta o escoamento de soja em grãos e seus derivados e alavanca os preços de farelo e óleo de soja. 

Uma informação importante que deve ser levada em consideração é o número da estimativa de área plantada de soja e milho para a safra 2021/22 que vai ser divulgado no Agricultural Outlook Forum - USDA nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2021, e a tendência é de um forte aumento de área de soja que deve impactar negativamente nos preços internacionais. 

“O mercado nacional deve continuar em alta movido pelos preços internacionais e do dólar que voltou a casa dos R$ 5,40 depois de baixar a R$ 5,16 no início do ano”, diz o boletim.

Para a safra brasileira de 2020/21 de soja em grãos foi estimado que as exportações atinjam um número acima de 85,60 milhões de toneladas, motivada pela forte demanda chinesa e pelo forte percentual comercializado até o momento. A demanda interna para a safra 2020/21 está estimada entre 45 e 49 milhões de toneladas, manter-se aquecida em função do crescimento da economia, do aumento da produção de carnes para exportação e da mistura do biodiesel que passará de B12 para B13. Desta forma, os estoques finais de soja deverão manter-se baixos por mais um ano, e com isso, preços mais elevados no mercado interno para 2021.
 

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