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Mercado prevê novas altas no preço da carne

Motivo é aumento do custo dos produtores e preferência pelas vendas ao mercado externo


Com o preço da carne em alta no mercado internacional, o tradicional bife deverá se tornar ''artigo de luxo'' na mesa do brasileiro. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a tendência é que a carne fique mais cara neste ano devido ao aumento do custo dos produtores e à preferência pelas vendas ao mercado externo.


''Talvez o bife não vá mais combinar com arroz e feijão. Carne é um artigo de luxo'', afirma o vice-presidente da CNA, Ademar Silva Júnior. Segundo ele, a alta do preço da carne bovina vem abrindo mercado, no país, para o consumo de frango, peixe, carne de porco e ovo. Ele argumenta que o bife não irá ''sumir'', mas as refeições dos brasileiros passarão a combinar mais diferentes tipos de carnes. Essa é uma tendência identificada pela CNA que, segundo levantamento, sofre influência também de melhoria na educação e mais informação sobre benefícios nutritivos de refeições balanceadas.

Apesar disso, no Brasil a carne bovina segue como símbolo de mesa farta. O consumo frequente do produto está associado a momentos de forte crescimento da economia e da renda.

''Tem pesquisa que mostra que quando o brasileiro tem R$ 1 de aumento de salário, ele gasta R$ 1,10 a mais com carne'', afirma Antenor de Amorim Nogueira, presidente do fórum nacional permanente da pecuária de corte.

Aumentos

De acordo com a CNA, quase dois anos após a crise de 2008, que derrubou os preços e as vendas do setor, o segundo semestre do ano passado foi marcado pelo aumento do preço do boi gordo no país.

O preço médio da arroba em outubro do ano passado foi de R$ 98,88, com ganho real (já descontada a inflação) de 20,47% em comparação ao mesmo período de 2009. Em novembro, a arroba do boi gordo chegou a custar R$ 120. E o reflexo dessa valorização atingiu o bolso do consumidor. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o item carnes (bovina e suína) acumulou inflação de 29,64% no ano passado.


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