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México compra café torrado pela primeira vez do Brasil


Desembarca nesta quinta-feira (06-01), no porto do México, o primeiro carregamento de café brasileiro exportado para o país. E a chegada será feita em grande estilo. O pequeno lote, de apenas mil quilos de café, está sendo tratado como jóia rara e será comercializado apenas nas seis lojas do El Palacio de Hierro, maior rede de loja de departamentos de luxo do México. O grupo é considerado um dos líderes em formação de opinião de consumo do país e responsável pela comercialização das principais marcas de todo o mundo.

A aquisição foi feita junto às torrefações paulistas. O Café Tiradentes e o Café Toledo foram selecionadas pelo grupo mexicano para representar a cadeia do café em um evento que acontecerá dentro do próprio Palácio de Hierro. "Negociamos um volume pequeno, mas as conversas foram pautadas para que as exportações sejam mantidas", afirma Luiz Clerici, diretor de exportação do Café Tiradentes.

O embarque do Tiradentes foi de US$ 7,1 mil, ou seja, US$ 7,1 por quilo de café, valor considerado baixo para um padrão exportação. "Fechamos esse valor para que novas vendas sejam realizadas", afirma Clerici.

Segundo o executivo do Tiradentes, o grupo mexicano teria interesse em comercializar com exclusividade a marca da empresa brasileira no México. "Nós aceitamos a proposta, desde que eles se comprometessem em comprar o café", explica Clerici.

Um pouco mais modestos, os embarques do Café Toledo somaram apenas 360 quilos, mas representaram a primeira exportação oficial da empresa, em cinco anos de existência no mercado nacional. "O grupo é formador de opinião e os consumidores que freqüentam as lojas são extremamente criteriosos na escolha e é onde está a importância de estar presente nessas lojas", afirma Fabiana Toledo, diretora administrativa do Toledo, ao lembrar que as primeiras amostras da empresa foram enviadas ao exterior apenas no ano passado.

Dose dupla:

Mais do que exportar café torrado brasileiro com as marcas nacionais, a entrada do produto no mercado mexicano representa uma grande vitória, uma vez que o México, apesar de pequeno, é um produtor de café. "Embarcar café para o mercado mexicano merece uma comemoração em dose dupla", diz Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic).

De acordo com Herszkowicz, as duas empresas que ingressam no México descobriram que exportar cafés finos é uma alternativa viável, principalmente para países que colocam altas taxas de importação, como é o caso dos mexicanos. "O café paga uma tarifa de 35%, o máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e mesmo assim consegue ser, em muitos casos, mais competitivo que grandes marcas locais", afirma Herszkowicz.

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