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MG registra as primeiras colheitas de café arábica; tempo favorece

Os mineiros colheram 1 por cento da safra projetada


SÃO PAULO - O Estado de Minas Gerais, o principal produtor de café arábica do Brasil, registrou as primeiras colheitas do grão na temporada 2013/14, apontou nesta segunda-feira a Somar Meteorologia com base em relatos de cooperativas, cafeicultores e agrônomos.


Os mineiros, que respondem por mais da metade do café produzido no país, colheram 1 por cento da safra projetada, mesmo percentual indicado para São Paulo --3º no ranking nacional, atrás de Minas e Espírito Santo--, segundo relatório do agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos.

"Começa de forma meio tímida, essas áreas são mais nas regiões do Cerrado e Triângulo Mineiro, áreas um pouco mais quentes", disse Santos, em entrevista, ressaltando que o percentual colhido está dentro da média para o período.

Até o momento, o tempo tem favorecido a cultura na temporada 2013/14, que deverá ser a maior da história para um ano de baixa do ciclo bianual do café arábica, segundo previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada na semana passada.

Normalmente, a colheita de arábica começa na segunda quinzena de maio e ganha intensidade do início de junho. A colheita do café da variedade robusta, que nesta safra responderá por pouco menos de um quarto da produção nacional, tradicionalmente começa antes.


Os preços do café arábica negociados em Nova York registraram queda pela quinta sessão consecutiva nesta segunda-feira, com expectativa de uma grande oferta do Brasil chegando ao mercado nas próximas semanas.

O agrometeorologista observou ainda que as primeiras colheitas do arábica são realizadas nos cafezais mais novos, que normalmente produzem menos por hectare, mas lembrou que a qualidade está satisfatória para o período.

"É café novo, de segunda safra, de três a quatro anos, e essa é uma característica do café novo, que não dá produção alta. Como tem poucos grãos por rama, ele amadurece mais rápido. Ele não tem o sombreamento do cafezal velho, tem menos folhas, então ele adianta (a colheita) um pouco mais", explicou o agrometeorologista.

Cafeicultores do Paraná, que atualmente está em quinto no ranking da produção do arábica no Brasil, já colheram 4 por cento da safra, seguidos pelos produtores de arábica capixabas (3 por cento) e baianos (2 por cento).

QUALIDADE BOA

"De certa forma, o pessoal tem dito que o café está muito bom... a produção está boa, e a qualidade está boa. Não é ainda a melhor qualidade, mas dentro de um padrão para a época", disse Santos, ressaltando que as primeiras colheitas tradicionalmente não resultam em uma produção de ótima qualidade, pois sempre há alguns grãos verdes sendo colhidos.

Segundo ele, já é possível afirmar que, se as áreas produtoras não registrarem chuvas em excesso durante a colheita e se as temperaturas seguirem um padrão, sem geadas, a safra será grande e de boa qualidade.

Há previsão de chuva para a semana que vem, mas as precipitações serão de curta duração, de dois a três dias, sem resultar em prejuízos para a qualidade.

"O problema é quando fica duas semanas chovendo, prejudica a qualidade. Com muita umidade, ele (grão) começa a apodrecer pelo excesso de umidade, favorece a proliferação de fungos, aí fica mais difícil ter grãos na mesma fase...", disse ele.

Nesta semana, as chuvas serão rápidas nas regiões cafeeiras do Sul e Sudeste de São Paulo.

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