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Milho: Bom momento do mercado dá ritmo em MT

Trabalhos atingiram até o final da semana passada 10,3% da área plantada


A colheita do milho da segunda safra, em Mato Grosso, apresenta ritmo bastante acelerado se comparado ao que se viu nos anos anteriores. Os trabalhos atingiram até o final da semana passada, 10,3% da área plantada, estimada em 4,24 milhões de hectares neste ciclo, o 2015/16. Conforme dados divulgados ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), por meio do Boletim do Milho, houve avanço médio semanal de 4,7 pontos percentuais (p.p.), o maior registrado neste período desde 2009.

Se comparada ao mesmo momento de 2015, a colheita atual está 5,6 p.p. a frente do que o próprio Imea havia observado no ano passado e de acordo com os analistas o ritmo acelerado se explica por dois fatores: primeiro porque esta colheita teve início uma semana antes da largada realizada no ano passado que já havia sido antecipada em relação ao ano anterior. E segundo, porque os trabalhos de extração do cereal são cadenciados pelos preços internos, que se mantêm atrativos ao produtor de milho, em torno de R$ 33/sc na média deste mês. “Os valores ofertados estão acelerando ao máximo os trabalhos de campo para que os produtores aproveitem as boas oportunidades que surgem no mercado. Conforme as lavouras forem maturando, espera-se um ritmo cada vez mais acelerado de colheita, pois a expectativa é de que os preços continuem atrativos, mesmo com o aumento da oferta do cereal no Estado”.

Como chamam à atenção os analistas do Imea, além de fatores internos que estão mantendo a saca valorizada mesmo com a colheita em andamento, há uma pressão altista internacional que indica bons preços no mercado internacional, ou seja, onde os valores são formados e de onde balizam todos os negócios no mundo: Bolsa de Chicago.

Como explicam os analistas, por meio do Boletim do Imea, o novo relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) para a safra 2015/16 de milho traz uma redução para o estoque mundial, que sofreu uma queda de 1,4 milhão de toneladas. Os EUA apresentaram recuo nos estoques finais, visto a baixa de 2,4 milhões de t.

Os problemas climáticos, que prejudicam a segunda safra de milho no Brasil, sobretudo no Estado, estão causando um aumento na demanda pelo milho norte-americano, dada possibilidade de a produção brasileira não ser suficiente para atender toda a procura do mercado externo. “Um bom indicativo para isso é o reajuste nas exportações brasileiras, que caíram de 26 milhões de t para 22,5 milhões de t, segundo o Usda. A demanda nos EUA está mais aquecida e isso pode ser um fator altista para as cotações do cereal na Bolsa de Chicago (CBOT), de forma que o que deve movimentar o mercado agora é a evolução da safra 2016/17 norte-americana”, advertem.
 

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