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Milho: Produtividade mato-grossense está 16% menor na safrinha

Safra deste ano sinaliza média de 60 sacas por hectare


A safra deste ano sinaliza média de 60 sacas por hectare, bem longe da marca de 80 sacas já obtida em Mato Grosso

O plantio fora da janela ideal poderá resultar em queda de 16% na produção e produtividade do milho segunda safra em Mato Grosso. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), o plantio este ano foi atípico, devido ao atraso inicial das chuvas e à conclusão da semeadura fora do período recomendado para se alcançar um bom rendimento. A colheita da chamada safrinha deverá começar dentro de 15 dias.

“Milho plantado da primeira semana de março em diante sofreu muito, uma vez que a chuva interrompeu o seu ciclo bem antes do previsto”, afirmou o diretor executivo da Aprosoja/MT, Marcelo Monteiro Duarte. Segundo ele, a época ideal para o plantio do milho é até o final de fevereiro. Este ano, apenas cerca de 50% das sementes foram plantadas nesse período. “O grande fiel da balança este ano, para a produção de milho, é a data de plantio. Quem plantou tarde vai colher mal. Já aqueles que semearam mais cedo vão obter resultados melhores, dentro das últimas médias”.

Com a metade da safra plantada fora do período ideal, a produção de milho corre risco. “Temos este ano um plantio não uniforme, ao contrário das safras anteriores. Como reflexo disso, vamos ter uma safra com produtividade abaixo das médias históricas, de 70 sacas por hectare”, aponta Monteiro.

Na safra 09/10, por exemplo, a média obtida foi de 4.350 mil quilos por hectare (72 saca/ha). A safra deste ano sinaliza uma média de 3.600 mil quilos/ha (60 sacas), bem longe da marca de 80 sacas/ha já obtida em Mato Grosso.

COMERCIALIZAÇÃO – O diretor da Aprosoja/MT informou que mais da metade do milho mato-grossense da atual safra está comercializado, aliviando a situação dos produtores no que diz respeito ao armazenamento.

De acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 55% estão negociados. Considerando a produção total de 7,5 milhões de toneladas, aproximadamente 4,1 milhões de toneladas estão comprometidas, “mas este volume poderá ser ajustado para baixo assim que começarem a ser contabilizados os valores produtivos, para aproveitar os bons preços praticados no mercado do milho”.

Esse percentual comercializado no mesmo período, se comparado com as duas safras passadas, está praticamente 40% superior. Com chuvas prejudicando os Estados Unidos e atrasando o plantio naquele país, o mercado tem suporte para segurar a cotação do cereal nos altos índices atuais. “Agora, o produtor optará por iniciar a colheita, certificar questões de produtividade e qualidade do produto, calcular uma possível queda na produção, para finalizar a comercialização para o produto excedente”, apontam analistas do Imea.

Monteiro acredita que aproximadamente 2 milhões de toneladas de milho deverão ficar no Estado para atender projetos de confinamento e granjas nas áreas de avicultura, suinocultura e bovinocultura. Já pouco mais de 5 milhões de toneladas deverão sair para exportação, o que ajudará o Estado na questão do armazenamento.

Com menos estoque de milho para o mercado doméstico, os produtores não terão motivos para grandes preocupações sobre como guardar os grãos, algo que literalmente tirava o sono dos produtores que em muitos casos eram obrigados a deixar o grão a céu aberto. “Provavelmente não teremos problemas relevantes de armazenamento este ano”, diz. Monteiro não acredita também que haverá necessidade do governo federal promover leilões para a remoção dos estoques remanescentes da safra.

Segundo ele, este ano os preços estão bons, girando em torno de R$ 17 a saca de 60 quilos, bem acima do preço mínimo do governo (R$ 13,98).

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