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Milho e logística, dois gargalos em SC

Custo técnico, financeiro e ambiental podem, a médio prazo, inviabilizar as agroindústrias


As deficiências logísticas e a escassez de milho se constituem em dois graves gargalos para o desenvolvimento de Santa Catarina. A necessidade de trazer quase 2 milhões de toneladas de outras regiões para consumo animal em território catarinense e o custo técnico, financeiro e ambiental dessa operação podem – a médio prazo – inviabilizar as agroindústrias catarinense.


Essa avaliação é do presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster, uma das maiores indústrias de processamento de carne suína do Brasil. O milho, insumo fundamental para as vastas cadeias produtivas de frangos, suínos e leite, é cultivado em 815.000 hectares que produzem 4 milhões de toneladas por ano, numa média de produtividade de 50 sacos/hectare (embora em algumas regiões se obtenha 150 sacas por hectare). O Estado já atingiu o limite de sua capacidade produtiva e nos anos de normalidade de produção, Santa Catarina importa de 1,8 milhão a 2 milhões de toneladas para abastecer o vasto sistema de produção agroindustrial.

É necessário um grande e caro esforço para importar e transportar esse insumo das regiões produtoras, especialmente o centro oeste brasileiro, até Santa Catarina. Para transferir 1,8 milhão de toneladas de milho são necessárias 60.000 carretas com capacidade padrão para 30 toneladas. Para se ter uma ideia do que isso significa, se toda essa frota fosse colocada em fila indiana, um caminhão atrás do outro, criaria um comboio compacto com 1.500 quilômetros de extensão, equivalente à distância entre Chapecó e a cidade do Rio de Janeiro.

Cada saca de milho transportada de Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul até Santa Catarina representa de 7 reais a 12 reais de custo adicional em frete. Por isso, o preço do milho vendido no Mato Grosso é quase a metade do milho posto em Chapecó. Por outro lado, a circulação de milhares de carretas representa poluição atmosférica e danos ambientais.

O transporte de 1,8 milhão de toneladas custa cerca de 300 milhões de reais, custo absorvido pela indústria catarinense da carne que, por isso mesmo, perde competitividade. “Com esse valor dá para construir uma indústria nova por ano”, compara o dirigente.

Em face desses fatores, o presidente da Coopercentral Aurora não tem dúvidas que a permanência das agroindústrias no oeste catarinense dependerá da construção de vias férreas. O transporte por ferrovia corresponde a 33% do custo do modal rodoviário.
A equação ferroviária passa por duas obras: a ferrovia intraterritorial leste-oeste (ligando a região produtora aos portos catarinenses) e ferrovia interestadual norte-sul (ligando Chapecó ao Mato Grosso do Sul).

“Sem ferrovia não haverá futuro”, vaticina o presidente da Coopercentral Mário Lanznaster. Esse é o consenso existente na cadeia produtiva da suinocultura e da avicultura industrial.

As informações são de assessoria de imprensa.

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