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Milho e soja foram as culturas mais atingidas pela falta de chuva em SC


O prejuízo dos produtores catarinenses com a quebra de safra de grãos 2003/04 provocada pelos problemas climáticos, especialmente a estiagem, soma R$ 334,92 milhões. As perdas são de 666,9 mil toneladas de grãos, que representa queda de 10,4% em relação ao volume inicialmente projetado, mostra levantamento produzido pelo Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa).

O estudo, que mostra dados ainda preliminares, foi apresentado ao secretário nacional de agricultura familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Valter Bianchini, em Florianópolis. O secretário participou de reunião que contou com a participação dos diretores das instituições de assistência técnica e extensão rural dos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, os mais prejudicados pela estiagem.

Em Santa Catarina, o maior prejuízo foi observado na cultura do milho, com R$ 128,10 milhões, seguido pela soja, R$ 112,58 milhões. A redução da safra catarinense de milho de 4,095 milhões de toneladas para 3,675 milhões fará com que o déficit estadual do grão, inicialmente projetado em 800 mil toneladas, passe a 1,2 milhão de toneladas neste ano. Para não pressionar muito os custos da indústria de carnes, Bianchini disse que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) poderá realizar leilões de estoques armazenados da "safrinha" (segundo plantio) da colheita passada. Ele mencionou o preço de R$ 18 por saca, mas ressaltou que o governo também não quer prejudicar os produtores derrubando muito os preços.

Na reunião, que teve por objetivo elaborar propostas para minimizar os problemas, Bianchini acenou com a possibilidade de o governo federal prorrogar

os vencimentos de dívidas dos produtores rurais mais atingidos ou antecipar a disponibilização de novos créditos. No último caso, contudo, admitiu que a

capacidade de endividamento dos produtores poderá prejudicar a concessão do benefício.

As medidas a serem adotadas serão anunciadas até o final da próxima semana, disse o secretário, que prometeu também medidas de médio e longo prazo para prevenir os impactos de problemas em situações como a atual. Entre elas estariam o seguro agrícola e investimentos em infra-estruturas para armazenagem de água.

Dados meteorológicos apresentados na reunião não são muito animadoras. Para o trimestre março-maio segue a indicação de chuva abaixo da média para todas as regiões catarinenses. Isso deve ser provocado pela menor freqüência na passagem de frentes frias e maior persistência de massa polares.

Emergência

Aumentou para 22 o número de municípios do Alto Vale do Itajaí em situação de emergência em razão da prolongada estiagem. Depois do levantamento realizado nas propriedades que cultivam milho, feijão e batata aipo, o prefeito de Agronômica, José Ângelo Merini (PFL) assinou decreto no dia de ontem.

Em José Boiteux, o prefeito Augustinho Fusinato (PMDB) prorrogou por mais 45 dias a situação de emergência, não afastando a possibilidade de decretar estado de calamidade pública. A quebra estimada na produção do milho da safrinha na região é de 60%, quase o mesmo percentual da redução do leite.

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