Milho já está abaixo dos R$ 50/saca
Demanda mundial por combustíveis continua totalmente reprimida, sem perspectiva de mudança

A pesquisa do Cepea registrou a 14ª queda consecutiva do preço médio do milho na principal praça de referência do país, para R$ 48,05, contra R$50,15/saca do dia anterior. Em abril os preços já recuaram mais de R$ 12,00/saca, equivalente a um percentual de 19,26%, apontam os analistas da T&F Consultoria Agroeconômica.
Uma amostragem geral pelo país registra queda nos preços aos produtores de 5,56% em Barreiras, para R$ 42,50, 4,40% em Balsas para R$ 43,00, 1,82% em Sorriso, para R$ 27,00, 10,84% em Cascavel/Londrina/Maringá para R$ 37,00, 2,30% em Carazinho para 42,50 e 4,65% em Chapecó, para R$ 41,00/saca.
EUA É AMEAÇA
De acordo com a Consultoria ARC Mercosul, a demanda mundial por combustíveis continua totalmente reprimida e sem qualquer mudança de cenário no curto prazo: “Os estoques totais de petróleo nos Estados Unidos já somam 1,15 bilhão de barris, sendo 635 milhões destes já armazenados como reservas estratégicas do Governo e 518 milhões de estoques livres ao comércio – os quais são os maiores desde 2016. Já o etanol norte-americano, que continua em forte desaceleração de produção, possui estoque acumulado atualmente em 1,16 bilhões de galões (5,3 bilhões de litros)”.
A ARC alerta que a capacidade total de armazenagem de etanol nos Estados Unidos está em torno dos 1,76 bilhões de galões. “Caso a produção de etanol semanalmente se mantenha nos atuais 170 milhões de galões/semana (o que já é 50% inferior ao ritmo de produção antes do COVID-19) e a demanda se mantiver ‘morna’, em 6-8 semanas os EUA terão alcançado o limite de estocagem do combustível, pressionando toda a cadeia mundial do milho. O cenário do milho no longo-prazo se mantém pessimista!”, concluem os analistas da ARC Mercosul.