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Milho mato-grossense pode virar combustível

A instalação de usinas para a produção de energia gera empregos e receita para o campo


A possibilidade de o Brasil vir a produzir etanol a partir do milho parece não ser tão remota quanto se imaginava até agora. Falando na segunda edição da Bienal dos Negócios da Agricultura, evento promovido pela Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato) e realizado em Cuiabá, entre os dias 22 e 24 de agosto, o professor João Gomes Martines Filho, da Esalq/USP, focou sua participação no evento exatamente no etanol de milho como uma opção para Mato Grosso. E insistiu na mudança de paradigma, observando que a despeito da grande discussão em torno do fato de que a agricultura não vai mais produzir alimentos, o mercado deve se auto-regular. Citando que a instalação de usinas para a produção de energia gera empregos e receita para o campo, Martines também frisou que a agricultura está mudando de patamar: sai da produção de alimentos, apenas, e entra também na (produção) de energia.

O relato sobre a participação do Professor da Esalq/USP na Bienal é feito por Vanda Araújo, da equipe de Safras & Mercados. Conforme a jornalista, Martines enfocou a possibilidade da utilização do milho na produção de etanol em Mato Grosso, observando que o estado pode entrar no processo, primeiramente, com a soja e depois com o milho safrinha: “No momento estamos estudando se existe alguma fumaça, alguma possibilidade disso vir a ocorrer”.

O professor concordou que, no caso de São Paulo, a utilização de milho para produção de etanol é realmente remota. Mas disse que no caso de Mato Grosso parece ser uma grande alternativa, acrescentando que o estado poderá instalar uma usina somente para a produção de etanol ou, mesmo, utilizar a entressafra que existe na cana-de-açúcar, de novembro a maio, para entrar com o milho nesse período. Destacou que a utilização do milho em uma usina de cana exige adaptações técnicas, alguns ajustes, mas que isso está sendo estudado: “Esse não chega a ser um problema. O grande problema era saber se o milho poderia servir de alguma forma como matéria prima para a produção de energia”.

No caso americano – lembrou o Professor - essa possibilidade é total, com o país contabilizando hoje cerca de 200 usinas produtoras de etanol de milho e mais 300 em instalação. Outro aspecto destacado pelo palestrante é o de que as usinas norte-americanas estão localizadas junto às áreas de produção, no meio-oeste americano - o que pode ser feito também em Mato Grosso, trazendo, por exemplo, indústrias de frango para perto. A informação final é de que o Mato Grosso tem 11 plantas de etanol à base de cana-de-açúcar e responde por cerca de 3% da produção nacional. As informações são da assessoria de imprensa da Famato.

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