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Milho segunda safra deve ter boas condições

Estados como o Paraná e o Mato Grosso têm melhora no clima e plantio na janela ideal


Foto: Eliza Maliszewski

De acordo com o 5º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a segunda safra de milho deve somar 15,8 milhões de hectares no país, avanço de 5,7%, com uma produção esperada de 86,2 milhões de toneladas ou um aumento de 42% em relação à safra passada. Mesmo com problemas climáticos registrados na primeira safra como a seca no Paraná e o excesso de chuvas no Mato Grosso, os estados devem ter clima favorável e grande parte da área plantada dentro da janela ideal.

No Paraná, o plantio está estimado em 2.577 mil hectares, com aumento de 2,9% em relação ao ciclo 2020/21. As condições, no geral, são boas e a produção deve crescer 106%, passando de 6,4 na safra passada para 13,3 milhões de toneladas na 2021/22.

Em Mato Grosso, a área prevista é de 6.298 milhões de hectares. A atual condição do clima, com intercalação moderada entre intervalos chuvosos e ensolarados, mostra-se muito favorável para à cultura. A janela de semeadura está dentro do cronograma estimado, com algumas localidades apresentando um ligeiro adiantamento. Apesar das boas condições, no geral, como o clima e pacotes de alta tecnologia apontarem para uma excelente safra, a escassez de insumos, do tipo defensivos e fertilizantes, causa preocupações, uma vez que a não aplicação ou redução na dosagem pode comprometer o potencial produtivo da planta e, consequentemente, reduzir a produtividade. A antecipação dos trabalhos envolvendo a soja implicam em adiantamento da demanda, no que se refere à aquisição de tais insumos, gerando essa preocupação. Porém, ainda é cedo para afirmar que tal evento poderá afetar ou não o rendimento médio estadual, dado que há diversas variáveis envolvidas em sua determinação, das quais bastante favoráveis. A produção esperada é de 39,5 milhões de toneladas, alta acim de 20%.

Em Mato Grosso do Sul o retorno das chuvas ocorreu a partir de 28 de janeiro. Durante o período do levantamento, a semeadura estava incipiente e sendo realizada no pó. A maioria dos produtores, que já
tinham área disponível para implantação do milho, aguardavam o retorno das chuvas para semear a cultura. Com a retomada das chuvas, a emergência das lavouras implantadas ocorrerá satisfatoriamente. As frentes de trabalho também se intensificarão e tende a acompanhar a evolução da colheita da soja. Apesar deste levantamento indicar pequeno aumento de área em relação à safra passada, caso não ocorra melhora sensível no comportamento climático durante fevereiro, muitos produtores tendem a reduzir a área inicialmente planejada. A área estimada é de 2,2 milhões de hectares, com produção de 10,8 milhões de toneladas, alta de 71%.

Em Minas Gerais, devido ao plantio mais precoce da soja nesta safra, as áreas de milho segunda safra deverão ter o plantio realizado dentro de uma janela de plantio mais próxima da ideal, na medida em que se avança a colheita da soja. Estima-se uma área 2,2% maior que àquela cultivada na safra passada, totalizando 506,4 mil hectares. Esse aumento é motivado pelas cotações em patamares elevados e pelas condições climáticas favoráveis nos meses de plantio. Em relação à produtividade, destaca-se a quebra ocorrida na última safra em decorrência da seca generalizada nas regiões produtoras. Na safra atual, estima-se que a cultura retome o potencial produtivo. 

No Distrito Federal foi verificada a semeadura do cereal em todas as áreas onde foi cultivado o feijão primeira safra, realizada imediatamente após à colheita. Serão 38 mil hectares e 236 mil toneladas do grão, avanço de 45%.

Em Goiás, o começo da semeadura ocorreu principalmente em áreas de feijão que foram colhidas, até o momento. Na região sul iniciou-se o plantio da safrinha nas localidades onde foram colhidas soja, e o tempo permitiu a movimentação de plantadeiras. Há relatos de falta de sementes de milho ou mesmo atraso nas entregas. Ainda não se fala em aumento expressivo de áreas no estado, pois em fevereiro poderá ocorrer a troca por outras culturas como sorgo, girassol e trigo em virtude de os custos de produção destas culturas serem inferiores ao do milho.

Em Rondônia, assim como para as demais culturas de segunda safra, o clima está muito favorável. O cenário é muito positivo, com boas perspectivas de produtividade. As lavouras estão na fase de emergência. A previsão é de plantio de 200 mil hectares.

Na Bahia, no extremo-oeste, o plantio já foi iniciado, em sucessão à colheita da soja. Cerca de 15% já foi semeado e se encontra na fase de germinação. Na região oeste trata-se de um cultivo de oportunidade, aproveitando o final da temporada das chuvas. A expectativa de chuvas regulares aliada à tendência de alta na cotação do milho deve garantir boas rentabilidades ao produtor.

No Maranhão, a microrregião Gerais de Balsas na região sul, a implantação das lavouras de milho segunda safra foi iniciada na última semana de janeiro de 2022, em razão da colheita das primeiras áreas de soja precoce. As lavouras estão no estágio de emergência.

No Piauí, as informações preliminares coletadas neste levantamento indicam uma expansão de área, com expectativa de cultivo mesmo em áreas onde historicamente não se fazia a segunda safra. As intenções de plantio por parte do produtor indicam uma área de 118,6 mil hectares, aumento de 25% em relação à safra passada.

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