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Milho volta a ser boa opção para o produtor

Com a alta de 25% nos preços nos últimos 30 dias - saindo de R$ 12,00 a saca no dia 18 de fevereiro para R$ 16,00 no último


Com a alta de 25% nos preços nos últimos 30 dias - saindo de R$ 12,00 a saca no dia 18 de fevereiro para R$ 16,00 no último dia 16 - o milho voltou a ser um bom negócio para o produtor que ainda está plantando a safrinha de inverno na região de Maringá, no Paraná.

Muito embora o prazo ideal recomendado pela pesquisa tenha expirado no último dia 10, tradicionalmente planta-se milho até o final de março. Quanto mais tarde for feita essa operação, entretanto, maior o risco de a lavoura ser prejudicada em caso de um inverno mais rigoroso. Até a data de hoje, cerca de 70% dos 160 mil hectares previstos para a região da Cocamar encontram-se plantados.

O milho voltou a interessar ao agricultor, especialmente àquele que sofreu perdas com a safra de soja e tem esperanças de compensar em parte os prejuízos. “A situação atual do mercado indica que há chances de haver remuneração para esse produto”, comenta o superintendente comercial e industrial da Cocamar, Celso Carlos dos Santos Júnior, observando que há perspectivas de os preços continuarem tendo ganhos até o final do ano.

Redução:

A principal razão para isto está na redução da safra brasileira. Pelos cálculos de especialistas, somadas as safras de verão e inverno, a produção de milho no Brasil deverá ser de 38,6 milhões, ante 42 milhões em 2003/04. O consumo interno, por sua vez, deverá passar 37,5 milhões para 39,6 milhões de toneladas. "A situação não é confortável", afirmou o superintendente. Os estoques de passagem, segundo ele, estão em dois milhões de toneladas. O que vai cair são as exportações, de 4,8 milhões de toneladas para 1,1 milhão, sendo 90% disso para o Irã.

Há dois anos o Brasil não importa milho da Argentina, por não haver necessidade e por restrições ao grão transgênico produzido no país vizinho. Mas essa situação deve mudar, de acordo com o economista Paulo Molinari, analista da consultoria Safras & Mercado. Ele disse que nas próximas semanas deve chegar à região Sul o primeiro navio carregado com milho daquele país. "Não consigo imaginar o mercado brasileiro em 2005 sem comprar milho argentino a partir de abril", disse Molinari.

Equilibrar o mercado:

Além de indicar a necessidade de buscar o produto fora, Molinari explicou que o governo terá de vender estoques para equilibrar o mercado ainda no primeiro semestre. Numa previsão considerada otimista, o economista estimou que a produção de milho safrinha deverá ser de 10,3 milhões de toneladas, ou 1 milhão a menos que na safra passada, conforme estimativa da Safras. Ele afirmou que o país terá de importar no mínimo esse volume da Argentina.

Mas para o diretor da administradora de recursos Investidor Global, Nagib Abudi Filho, que opera no mercado futuro, a quebra deverá ser maior. "Cerca de 60% da safra do Paraná é colhida na região oeste, onde apenas 20% da área foi plantada", informou. Ele não descartou a possibilidade de, em vez de 10 milhões, serem colhidas seis ou sete milhões de toneladas na safrinha deste ano. Em 2004, o Brasil importou do Paraguai, que também tem enfrentado problemas climáticos.

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