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Milho volta a ter rentabilidade positiva

Os preços internacionais se valorizaram mais de 50% na bolsa de Chicago


A disparada dos preços do milho, desde setembro do ano passado, fez com que a rentabilidade do produto aumentasse. Em regiões onde anteriormente não valia a pena o plantio do grão, agora a colheita do cereal dá até lucro. É o caso, por exemplo, de Goiás. No Paraná, principal produtor nacional de milho, a rentabilidade praticamente dobrou neste período. Desde setembro, os preços internacionais da commodity se valorizaram mais de 50% na bolsa de Chicago (CBOT), com reflexos no mercado interno.

Segundo levantamento exclusivo da Agroconsult, os produtores paranaenses são os que vão ganhar mais com o plantio do grão. Naquele estado é preciso uma colheita de 79,2 sacas por hectare para cobrir os custos - mas a produtividade média da região é 102,5 sacas por hectare. Ou seja, o produtor consegue um lucro de 22%. Em setembro, no início do cultivo do grão, o paranaense precisava colher 89,2 sacas por hectare (12,9%). "Isso justifica porque não teve aumento de área no plantio de verão no Sul do País na primeira safra", diz André Debastiani, analista da Agroconsult. Segundo estimativas do governo, naquela região o cultivo do cereal foi 8,3% menor naquela região, enquanto no País a queda foi de 1,4%.

Segundo o analista, a rentabilidade maior do Paraná em relação à Goiás, outro importante produtor do grão, é fruto de o primeiro estar mais próximo ao porto que o segundo.

O levantamento da Agroconsult mostra que em Goiás o produtor necessita colher 83,3 sacas por hectare para cobrir os custos - em uma lavoura cuja média é de 90 sacas por hectare - uma rentabilidade positiva de 7,4%. Há três meses, este mesmo produtor precisaria colher mais que a média para pagar a lavoura - 96,6 sacas por hectare.

Apesar da melhora dos preços do cereal, a Agroconsult mostra que os gaúchos ainda não conseguem ter lucro com o cultivo do grão. Debastiani explica que a rentabilidade é negativa naquele estado porque os cálculos são feitos para produtores que usam uma tecnologia média e naquele estado há uma grande quantidade de pequenos agricultores. O gaúcho teria de colher 68,5 sacas para cobrir os custos (- 1,5%), quanto a produtividade média das lavouras é de 67,5 sacas.

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