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Minas busca safra de figo superior a 5 mil toneladas

Produtor investe em tecnologia e aposta em temperatura favorável


Produtor investe em tecnologia e aposta em temperatura favorável
 
Os produtores mineiros de figo estão fazendo a poda anual dos pomares para fortalecer as plantas e dar mais qualidade aos frutos. A colheita começa em novembro/dezembro e eles apostam numa safra superior às 5 mil toneladas registradas em 475 hectares no Estado, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a melhoria dos resultados depende principalmente de investimentos em boas práticas de produção.

Para o agricultor familiar Antônio Sérgio, de Marmelópolis, no Sul de Minas, além dos cuidados com a lavoura, a temperatura moderada ajuda na obtenção de safra que compense os investimentos no cultivo e atenda à expansão da demanda. A planta necessita também de chuvas bem distribuídas que garantam a umidade do solo.

Antônio Sérgio diz que está fazendo a sua parte para aumentar a área de cultivo do figo e garantir uma produção de qualidade, indispensável para a realização de boas vendas. O trabalho de expansão da lavoura tem a assistência da Emater-MG, vinculada à Seapa. Dados do relatório de safra da empresa mostram que, na área de atuação de suas unidades, a produção de figo soma 182 hectares. A área em formação é da ordem de 13,1 hectares.

O agricultor informa que vai destinar aos pés de figo cerca de 2 hectares, o dobro do espaço utilizado geralmente pelos produtores da região, em sua maioria agricultores familiares. “Vamos ter resultados com essas plantas a partir de 2014”, informa. “Esperamos fazer negócios que compensem os investimentos na lavoura, principalmente em boas práticas de produção, entre elas a correção do solo e a adubação com assistência técnica. ”

A valorização do figo tem servido de estímulo para o produtor: no período 2011/2012, o quilo do figo verde “in natura” alcançou o valor médio de R$ 2,00, o dobro do registrado na safra anterior. Além disso, Antônio Sérgio observa que as principais fábricas de doce que adquirem o produto estão localizadas em Santa Rita de Caldas e Brasópolis, municípios próximos de Marmelópolis. “Mas há compradores também de outras regiões, que assumem os custos do transporte para garantir a aquisição de figo de qualidade”, completa.

Pré-cozido em expansão

Em São Sebastião do Paraíso, também no Sul do Estado, a produção anual estimada é de 1,1 mil toneladas e os produtores do município aumentam a receita colocando no mercado o figo pré-cozido. O trabalho pós-colheita é feito em unidades fora das propriedades, onde os frutos são processados e armazenados para atender às indústrias, inclusive no período de entressafra (de junho a novembro), informa o casal Anézio Fernando Milaneze e Marlene Aparecida. Eles seguem com a produção de figo verde iniciada há cerca de 50 anos pela família de Anézio e, a exemplo dos demais agricultores do município que trabalham com o fruto, atendem exclusivamente às fábricas de doces, neste caso localizadas em Belo Horizonte e São Paulo.

A alternativa do pré-cozimento começou a ser utilizada como um meio para a busca de mercados mais vantajosos que o do fruto maduro. Caso os agricultores insistissem na comercialização do produto para consumo de mesa, teriam de vender para a Ceasa de São Paulo, fazendo o transporte em caminhões refrigerados. “Já a produção do figo verde para ser comercializado pré-cozido é promissora. Por isso, estamos preparando o replantio neste ano para superar a safra que obtivemos em 2010/2011, da ordem de 10 toneladas”, completa.

Os agricultores Wanderley Martins de Sá e Aparecida Nunes de Sá, atraídos pela possibilidade de melhorar a receita, também decidiram participar do grupo que vende exclusivamente o figo pré-cozido. Por isso estão buscando o aumento de produção, e a primeira providência será transferir a lavoura para uma área de dois hectares que já foi ocupada por bananeiras. Aparecida diz que a rotação de culturas deve possibilitar a melhoria da produtividade do pomar.

Agregação de valor

Para o subsecretário de Agricultura Familiar da Secretaria da Agricultura, Edmar Gadelha, as ações para agregação de valor aos produtos são sempre recomendadas aos produtores, e o pré-cozimento do figo é um bom exemplo. Ele enfatiza que “o esforço para garantir a oferta de produtos processados nos estabelecimentos de agricultura familiar amplia as possibilidades de vendas”.

“A Lei Estadual 19.476/11 dá suporte à transformação e ao processamento de matérias-primas agropecuárias de origem animal, vegetal ou mista, mediante a regularização sanitária de cada agroindústria’, explica Gadelha. “Com o registro de Estabelecimento Agroindustrial Rural de Pequeno Porte (EARPP), os agricultores familiares podem vender seus produtos em todo o Estado. “Os interessados na habilitação podem buscar informações nas unidades da Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde ou na Emater-MG, vinculada à Seapa.”

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