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Ministério da Agricultura se adianta e descarta aftosa em MS


O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) divulgou ontem (04-01) que as primeiras seqüências dos exames de sangue de 28 animais suspeitos de febre aftosa na Estância Santa Maria, em Paranhos, apresentaram resultado negativo. Apesar da boa notícia, o delegado substituto da DFA/MS (Delegacia Federal da Agricultura em MS), Orlando Baez, disse ontem à imprensa de Campo Grande que é preciso agir com cautela e aguardar os resultados finais dos exames, que podem ser divulgados hoje.

O secretário estadual de Produção e Turismo, Dagoberto Nogueira Filho, disse ontem que vai aguardar o resultado oficial dos exames para se pronunciar. Segundo ele, a declaração do diretor do Departamento de Defesa Animal do Mapa, Jorge Caetano Júnior, consiste na avaliação dos técnicos do próprio órgão, mas ainda sem a conclusão dos exames. “Só depois disso é que vamos comentar a respeito”, diz.

Caetano Júnior disse ontem que os exames preliminares podem ter apresentado sorologia positiva para a aftosa porque os animais haviam sido vacinados há pouco tempo [quatro dias antes]. “Os organismos deles ainda estavam reagindo à vacina; possivelmente a vacina interferiu no resultado”, alega.

Já o secretário Dagoberto disse ontem que mesmo com a suspeita de febre aftosa descartada a estância Santa Maria será mantida interditada. Além disso, poderá haver punição devido a suspeita de gado contrabandeado no local, segundo o secretário. “Eu não vou abrir mão disso; só o fato de a fazenda ter despertado uma denúncia de febre aftosa já exige punição, para dar exemplo”, disse.

O secretário disse ainda que, após o descarte da febre aftosa em MS e do retorno do abate pelo Grupo Margem, o preço da carne bovina deve voltar a subir. Ele admitiu que episódio da aftosa trouxe prejuízos ao produtor do Estado. Agora vai haver recuperação dos preços”, garante. Hoje a arroba do boi é vendia entre R$ 56 e RE$ 57, quando deveria estar em R$ 70, segundo os criadores.

Para o presidente da Acrisul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto, houve erro ao se divulgar a notícia de um possível foco, quando na verdade era apenas denúncia de uma suspeita. “A divulgação pelo Mapa descartando a suspeita só confirma o que os produtores já previam”, disse Laucídio, ontem.

O criador acha que o fato criou um clima de desconfiança pelo qual o Estado não precisava ter passado. “O episódio deixa a lição da necessidade constante de manter o rebanho protegido da aftosa”, lembrou. E também reclamou indiretamente do Paraguai. “Os nossos vizinhos não estão no mesmo nível”.

A Estância Santa Maria, onde ocorreu a suspeita de foco, tem 25 hectares no Brasil e o restante (pelo menos mil) no Paraguai. Nos 25 hectares estão 53 cabeças de gado isoladas pelo Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). Apenas 28 apresentaram sintomas de febre aftosa. Mas, mesmo após os laudos oficiais sobre a doença, os animais podem ser abatidos porque são suspeitos de contrabando.

O último caso de febre aftosa em MS foi em 1998, em Naviraí. Ano passado o Brasil teve dois focos de febre aftosa, mas ambos em regiões remotas, que não são áreas exportadoras de carne (Amazonas e Pará). O Mapa vai encaminhar os resultados dos exames do gado de Paranhos para os países que pediram informações sobre os possíveis casos de aftosa, entre eles Chile e Austrália. (Com Edmir Conceição, Campo Grande News e Midiamanews).

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