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Ministro da Agricultura nega uso de aditivo na carne suína

Rússia suspende importação do produto brasileiro, alegando presença de substância proibida


Rússia suspende importação do produto brasileiro, alegando presença de substância proibida

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Antônio Andrade, negou nesta quarta-feira (02), em evento na capital paulista, que a carne suína brasileira contenha ractopamina [aditivo usado para engordar bovinos e suínos], motivo alegado pela Rússia para anunciar a suspensão da importação de carnes de dez plantas frigoríficas do País.


Andrade disse que não se trata de um embargo, e sim de uma suspensão temporária. Segundo ele, visita técnica realizada pelos russos em julho não apontou restrições. De acordo com o ministro, diferenças entre as normas sanitárias dos países podem levar a este tipo de paralisação.

“Por exemplo, aqui no Brasil é exigido que a água usada nos processo de produção apresentem resíduos de cloro, justamente para provar o uso da substância. Já para a Rússia, a presença de resíduos é proibida”, afirmou. Segundo Andrade, o ministério propôs a Rússia substituir as plantas suspensas, por outras habilitadas, a fim de manter o fluxo de exportação.

Também presente ao evento, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Rui Vargas, pontuou que não há nada factual de violação sanitária – presença de qualquer resíduo – na carne suína brasileira exportada para a Rússia. “A notícia [de suspensão das importações] foi muito mais um erro de comunicação da autoridade veterinária russa.”


Vargas explicou que apenas quatro unidades do País estão habilitadas a exportar para a Rússia e, destas, agora apenas três, uma vez que, na semana passada, uma foi suspensa, juntamente com outros nove frigoríficos de carne bovina.

Segundo o presidente da Abipecs, a exigência do governo russo, no caso do frigorífico de carne suína suspenso na semana passada, é que um número maior de análises laboratoriais seja feito pelo serviço veterinário oficial brasileiro. “Esse pedido por parte da Rússia já foi encaminhado ao governo, que está tomando providências”, ressaltou, acrescentando que o caso ”mais do que qualquer outra coisa está relacionado a irregularidades administrativas e burocráticas”.

Em nota, a Abipecs informou que as análises de laboratório são feitas pelas empresas e pelo governo brasileiro. Todavia, no comunicado, a entidade assinala que a Rússia argumenta que pelo fato de o número de análises oficiais ainda ser menor do que o exigido por Moscou, existe o risco de serem encontrados resíduos. Andrade e Vargas deram as declarações durante o lançamento da Semana Nacional da Carne Suína.

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