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Ministro debate desenvolvimento rural no Rio Grande do Sul


O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, participou, nessa segunda-feira, 23, de debate promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (CDES-RS) sobre os desafios para o desenvolvimento rural gaúcho, com foco na agricultura familiar. O ministro destacou as políticas públicas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).


Pepe Vargas agradeceu o convite para integrar o debate que ele considera essencial para o bom funcionamento das políticas públicas do MDA. “Temos que ver, a partir dos instrumentos que temos, como cada uma das várias cadeias produtivas da agricultura familiar pode utilizá-los ou ser provocada no sentido de aperfeiçoá-los”, afirmou o ministro.

Em seu discurso, o ministro reforçou a importância da agricultura familiar para o Brasil, ao realçar que mais de 70% dos alimentos que são consumidos pelos brasileiros vêm da produção familiar. A renda média deste agricultor por hectare é R$ 1,7 mil, e do não familiar é R$ 700. Ou seja, por hectare, a agricultura familiar é mais rentável. “Tem uma frase de que gosto muito e que diz que não devemos falar em pequenos produtores, mas em grandes agricultores das pequenas propriedades rurais”, citou Pepe Vargas.

O ministro também apresentou as mudanças do Plano Safra 2012-2013, salientando as políticas de crédito e a assitência técnica sustentável. Lembrou a importância do Plano Brasil Sem Miséria, que atende a mais de 16 milhões de brasileiros que estão abaixo da linha da pobreza, metade dos quais vivem no meio rural. Pepe Vargas também falou sobre a necessidade de manter o jovem no campo, o papel da educação voltada para a realidade do campo e o crédito rural voltado para essa parcela da população.

As políticas do MDA foram elogiadas pelos participantes. “Muitas vezes um agricultor no meio de uma seca fica desesperado e acaba se enforcando. Mas quando ele tem condições para viver com dignidade não vai matar a vaca que produz para comer, por exemplo. Por isso a importância do seguro e outras políticas. O senhor não imagina como isso mudou o ânimo das pessoas”, disse o dirigente nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Frei Sérgio Görgen, ao ministro.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ressaltou o valor da conversa direta com o governo federal. “A presença do ministro deu um tom muito especial para esse dia. Esse encontro é uma forma institucional do governo se expor e receber a avaliação crítica dos destinatários e que tem uma capacidade muito grande de influir na forma de governo”, explicou. “Não adianta crescer seja no meio, seja na ponta, deixando uma parte da sociedade para trás”, afirmou Tarso Genro.


No evento, o ministro recebeu dois documentos elaborados pela Marcha da Juventude Rural e pelo movimento dos quilombolas e assinou um termo de cooperação entre o MDA, o governo do estado e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul para avaliar a viabilidade de várias culturas no estado.

Agricultura familiar

Segundo o último Censo Agropecuário, de 2006, o Rio Grande do Sul tem cerca de 441 mil estabelecimentos rurais, dos quais 378 mil, ou seja 85,7%, pertencem à agricultura familiar. As atividades ligadas ao campo são responsáveis por, aproximadamente, 54% do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho.

A agricultura familiar ocupa, no Brasil, 74% da mão de obra do campo, equivalente a 12 milhões de pessoas. No Rio Grande do Sul esse número chega a 80%. Em 2011, 50 dos principais produtos da agricultura familiar estavam presentes em 44% das exportações do Rio Grande do Sul e 19% do valor total do que é exportado no estado vêm do setor.

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