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Missão estrangeira se interessa pela produção goiana de algodão

Este ano, a missão está no Brasil desde o último domingo, dia 9.


O trade internacional da produção algodoeira vem a Goiás nesta quarta-feira, dia 12, para conhecer de perto a cotonicultura e os processos ao longo da cadeia produtiva que respondem pela sustentabilidade, qualidade e credibilidade conquistadas internacionalmente pelo algodão brasileiro. O grupo possui 15 representantes de indústrias e cinco tradings, de oito países: Peru, Bangladesh, Paquistão, China, Vietnã, Turquia, Coreia do Sul e Índia. Eles visitarão fazendas, beneficiadoras de algodão, fiação e laboratórios de HVI em solo goiano e também na Bahia e Mato Grosso, além do Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), instalado em Brasília.

Em Goiás, o grupo vai conhecer o sistema de produção da Fazenda Pamplona, em Cristalina, e o Laboratório de Classificação Visual e HVI da Agopa, em Goiânia. A Missão Compradores 2017 é uma expedição que vem sendo realizada desde 2015, trazendo para o Brasil importantes representantes do mercado internacional de algodão e da indústria têxtil. Este ano, a missão está no Brasil desde o último domingo, dia 9.

Para o presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Alberto Moresco, a missão representa “a cereja do bolo do mercado global de algodão”, e o objetivo de trazer a missão para Goiás é mostrar a qualidade de ponta mundial do algodão produzido no estado, fator que, conforme Moresco, abre portas para os principais mercados internacionais da pluma. “O mercado interno já compra nosso algodão pela qualidade e pela logística, e agora queremos aumentar nossas exportações”, explica.

A programação será encerrada na Chapada dos Guimarães (MT), onde o grupo participará do XVI Anea Cotton Dinner, promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), no dia 14 de julho, no Malai Manso Resort. Nesta terceira edição da Missão Compradores, cinco tradings que atuam no Brasil assinam com a Abrapa a expedição, Ecom, Reinhart, Dreyfus, Cofco e Cargill. Em cada um dos estados visitados, a Abrapa conta com a parceria das associações estaduais: a Agopa, em Goiás; a Ampa, no Mato Grosso; e a Abapa, na Bahia.

“É uma jornada de conhecimento, oportunidade de negócios e troca de experiências que tem se mostrado fundamental para a abertura de novos mercados e estreitamento de laços comerciais”, explica o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura. Segundo ele, a transparência nas relações entre cotonicultores brasileiros e os playersmundiais tem contribuído para a manutenção do posto de quinto maior produtor de algodão no ranking mundial, com 1,5 milhão de toneladas de pluma estimados para a safra 2016/17, e do status de quarto maior exportador, com previsão de embarcar 610 mil toneladas de pluma na safra em curso.

A escolha dos países de origem dos visitantes não é aleatória. Eles fazem parte dos dez maiores compradores do algodão brasileiro. “Embora alguns dos maiores compradores dessa lista sejam também grandes produtores, como é o caso da China e da Índia, o nosso modelo de produção é completamente diferente. Totalmente tecnificado, do plantio ao beneficiamento, com fazendas com capacidade de produção em larga escala e, principalmente, com atenção aos requisitos sociais, ambientais e econômicos, que fazem do país o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo”, explica o presidente da Abrapa.

Atualmente, 81% da safra de algodão brasileira são certificados pelo programa Algodão Brasileiro Sustentável (ABR) e 71% da produção nacional são licenciados pela Better Cotton Iniciative (BCI), entidade internacional que atesta a sustentabilidade da cadeia da fibra. “Temos muita satisfação em dizer que o Brasil responde por mais de 25% de todo o algodão BCI no mercado global. Isso revela muito sobre quem somos e o compromisso que assumimos com esta e com as futuras gerações”, afirma.

Qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade

No roteiro da Missão Compradores 2017, os visitantes terão oportunidade de conhecer, na teoria e na prática, os principais programas que a Abrapa empreende, com foco na qualidade (Standard Brasil HVI– SBRHVI), na rastreabilidade (Sistema Abrapa de Identificação – SAI) e na sustentabilidade, com o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que opera em benchmarking com a BCI. Uma das paradas do grupo será no Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), inaugurado em Brasília em dezembro de 2016, para servir de referência na padronização das análises de fibra por High Volume Instrument (HVI) para os laboratórios que atendem aos produtores de algodão.

Confiança

Para o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Marco Antonio Aluisio, trazer consumidores estrangeiros para conhecer o modo brasileiro de produzir algodão muda completamente a perspectiva dos visitantes. “A maioria vem de países asiáticos, de produção familiar. O perfil da nossa cotonicultura é surpreendente para eles”, diz. O objetivo da missão é garantir que o algodão brasileiro passe a compor – ou aumente a sua participação – no blend que indústrias preparam para a fabricação dos seus produtos.

“Essa participação tem sido cada vez mais expressiva, ocupando parte de um espaço que era destinado, sobretudo, ao algodão americano ou australiano. Isso advém da confiança que o Brasil vem ganhando me mercado internacional como um fornecedor que tem não apenas escala e qualidade, mas regularidade na oferta”, afirma Marco Antonio Aluisio, lembrando que as exportações brasileiras, que já oscilaram muito em volume, estão mais estáveis nos últimos anos. “A Missão Compradores, com certeza, é importante para abrir mercados, aumentar a credibilidade e reforçar a imagem do nosso algodão”, conclui.

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