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Moagem de cana deve cair 3,8% no Centro-Sul 

A expectativa é que a produtividade seja reduzida em 4,3%, totalizando 72,8 t/h


Em revisão de suas estimativas, a INTL FCStone indicou que a moagem da cana-de-açúcar deve ser reduzida em 3,8% em comparação com a temporada anterior, chegando a 573,9 milhões de toneladas, o menor volume desde a safra 2014/15.  A redução é consequência do clima seco na região, que influenciou diretamente o desenvolvimento da planta. 

De acordo com João Paulo Botelho, analista de mercado da INTL FCStone, através de imagens capturadas por satélites foi possível constatar um declínio significativo nas condições das principais áreas produtoras de cana-de-açúcar no Centro-Sul. Ele afirma que, considerando a média dos principais estados produtores, o indicador de saúde da vegetação atingiu 44,8 pontos, o que equivale a uma queda de 25,1% em relação ao ano anterior, sendo 19,9% a menos do que a média dos últimos 10 anos. 

“Entre os meses de fevereiro e junho, a precipitação sobre o cinturão canavieiro registrou 378 mm, 31,4% abaixo do ano passado e 33,4% abaixo da média histórica. Com as chuvas escassas, o nível de umidade no primeiro 1,6 metro de solo também caiu para 346,8 mm no mês de junho, 16,6% abaixo da média de 10 anos”, explica. 

A expectativa do grupo é que a falta de chuvas reduza a produtividade média dos canaviais no Centro-Sul em 4,3%, totalizando 72,8 t/h. Apesar disso, Botelho destaca que o clima seco é favorável para o aumento da qualidade da matéria-prima, o que deve resultar no maior nível de Açúcar Total Recuperável (ATR) desde 2010/11, estimado em 139,1 Kg/t. 

Já em relação ao mix produtivo, a INTL FCStone acredita que paridade entre os produtos derivados da cana-de-açúcar deve continuar favorecendo o etanol, mesmo em uma época em que o açúcar geralmente é melhor remunerado. Nesse cenário, a previsão é de que a produção do etanol advindo da cana-de açúcar cresça 10,3%, totalizando 28,2 milhões de m³. 

“Estimamos que as usinas do Centro-Sul destinarão 60,1% do mix produtivo para o biocombustível e apenas 39,9% para o açúcar. Esta seria a maior concentração da produção canavieira no etanol desde a safra 2008/09. A produção de açúcar, desta forma, cairia 15,8% na comparação com a safra passada, para 30,4 milhões de toneladas”, finaliza Botelho.  

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