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Modelo brasileiro pode salvar abacate no Chile

País sul americano vive uma das piores secas que ameaçam produção local


Foto: Pixabay

A região de Valparaíso, no Chile, vive uma seca persistente faz 12 anos e, em julho de 2020, apresentava um déficit de chuvas de 28%. Até o final do ano esse percentual suba para 35%, justamente na área que concentra mais da metade da produção nacional de abacate do país, segundo dados do último censo agrícola realizado pelo Ministério da Agricultura chileno (MINAGRI).

O consumo mundial da fruta está na moda. A demanda global cresce 12%, a produção de 4% a 5%. Cerca de 70% dos abacates hass são exportados, o restante permanece no Chile. O problema é que essa demanda pode ser uma das causadoras da deficiência hídrica. São necessários 2 mil litros de água para cultivar apenas 1 kg de abacate. Diante do desafio de mais água para a produção  e a sustentabilidade futura, o país discute formas de dessalinização e reaproveitamento para a agricultura.

O produtor Fernando Santa Cruz está no mundo do abacate há mais de 40 anos na cidade de La Cruz, capital desta fruta no Chile. Como produtor varejista está agora entre os produtores de médio porte, exportando a variedade Hass para a Europa. Ele destaca que mesmo com a falta de água a produção segue crescendo e a necessidade do recurso será maior.

“A gente se acostumou a ter água, aí uns cresceram com poços, outros colocando técnicas, mas a seca nos chama a pensar além , no manejo sustentável da bacia, este ano tivemos uma safra de bom calibre devido à pouca água que caiu, mas devemos pensar no futuro ", disse ele.

Uma das saídas é a dessalinização da água do mar. O departamento de inovação do MINAGRI, vem estudando o assunto e reunindo experiências existentes tanto no Chile como fora do país de forma a ter um embasamento técnico-científico que permita gerar um cenário que viabilize essa opção de apoio à futura produção de alimentos.

Um sistema desenvolvido no Brasil pode ser modelo para os chilenos. O Programa Água Doce (PAD), desenvolvido no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) com a participação do IICA, atende mais de 200 mil pessoas instalando unidades de dessalinização em comunidades rurais remotas do semiárido. O modelo é aplicável a outras áreas da América Latina. 

“Acho muito interessante poder aprender com essas questões, já que o problema da falta de chuvas é uma realidade e temos que pensar mais, embora muitos de nós não dependamos do canal, pois temos conseguido avançar na irrigação com tecnologia, na implantação Abacate Clonal Hass e renovando aos poucos em 12 anos de gestão, trabalho e esforço, espero continuar aprendendo com o IICA para continuar produzindo alimentos saudáveis por muito tempo ”, disse  Maritza Leiva, produtora da agricultura familiar.

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