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Moinhos voltam a negociar trigo em 15 dias

Os moinhos brasileiros ameaçam ficar entre um mês e 40 dias sem adquirir trigo, inclusive importado. A estimativa é que as compras voltem daqui a 15 ou 20 dias


Os moinhos brasileiros ameaçam ficar entre um mês e 40 dias sem adquirir trigo, inclusive importado. A estimativa é que as compras voltem daqui a 15 ou 20 dias. Os estoques, suficientes para um mês, justificam a não-negociação com os produtores.

O vice-presidente do Sindicato da Indústria do Trigo de São Paulo (Sindustrigo-SP), Christian Saigh, diz que os moinhos anteciparam as importações no início do ano temendo a elevação dos preços - uma vez que existe uma escassez mundial do produtor - e também por conta da decisão do governo argentino, que embargou em março os registros de exportação para garantir o abastecimento local.

De acordo com dados do sindicato, de janeiro a agosto deste ano as importações do grão somaram 5,2 milhões toneladas, 18% mais que as 4,4 milhões em igual período de 2006.

Analistas de mercado prevêem redução das cotações do trigo brasileiro a partir de novembro, pressionadas pela safra argentina que começa no próximo mês. "A tendência é que haja uma redução do preço do trigo nacional para competir com o da Argentina", diz um analista de uma corretora de Londrina (PR).Por falta de negócios, não há cotação para o grão brasileiro, que chegou a ser vendido por R$ 640 a tonelada.

Enquanto isso, segundo o analista, o preço do cereal no país vizinho deve continuar firme, diante da menor oferta mundial do grão. Os contratos daquele país com a entrega em dezembro saem a US$ 340 a US$ 350 a tonelada e chegariam ao Brasil a R$ 730 a tonelada.

O presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, diz que voltará a adquirir trigo do Brasil nas próximas semanas. "A idéia é comprar até dezembro de 60 a 70 mil toneladas", diz. O moinho, que processa 250 mil toneladas do grão por dia, já adquiriu 37 mil toneladas do Brasil. Ele já contratou 150 mil toneladas de trigo da Argentina. "Os contratos de exportação devem se normalizar após as eleições presidenciais da Argentina".

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