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Momento é crítico para ferrugem asiática em MT

Segundo pesquisador, atraso no plantio, condições climáticas e intensificação da colheita contribuem para a proliferação da doença


Produtores de Mato Grosso devem redobrar a atenção em relação à ferrugem asiática da soja neste período, afirma Fabiano Siqueri, consultor técnico da Fundação MT. “O momento é crítico e propício para a doença por diversos fatores, então é importante fazer esse alerta”. A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e foi identificada pela primeira vez no Brasil em 2001. 

Entre os motivos estão o atraso no plantio no ano passado. “Cerca de 50% da soja no Estado foi semeada em novembro. Em algumas regiões até mais do que isso. E essa soja de novembro, por si só, já tem um ciclo de vida maior do que a de outubro. Na minha opinião, parte dela deve ter um ciclo acima de 118 dias. E esse perfil de lavoura pode sofrer com a ferrugem, dependendo da região”, explica Siqueri.

Até terça-feira, 6, o site do Consórcio Antiferrugem contabilizava 295 notificações da doença em todo o país, sendo 36 em MT - 32 apenas em janeiro. Esse crescimento no início de 2018, segundo o pesquisador, ocorreu devido às condições climáticas de novembro e dezembro terem sido muito propícias à multiplicação do fungo. “Isso é um fator extremamente importante. E janeiro também foi muito favorável, o que sinaliza que em fevereiro vai continuar pipocando ferrugem”. As previsões climáticas para fevereiro, até o momento, indicam normalidade para o Estado, com chuvas em torno da média histórica. “E isso, para nós, é tempo bastante chuvoso, o que também aumenta a preocupação”.

A intensificação da colheita em fevereiro também pode ajudar a doença a se proliferar, uma vez que mesmo lavouras em que não foram vistos danos causados pela ferrugem podem ter restos de esporos que são levados para outras áreas por meio do vento.

“Tudo isso me leva a recomendar que intensifiquem o monitoramento e diminuam seus intervalos de aplicação baseado na ocorrência da ferrugem, porque essa soja mais tardia vai ter potencial alto de perda por ferrugem”, reforça Siqueri. Ele ainda recomenda que sejam incluídos fungicidas multissítios ou algum tipo de reforço nos programas de controle das lavouras. 

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