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Momento é delicado para suinocultura no RS

Reivindicação do setor é que o ICMS caia para 3%, até o final deste ano


Governo estadual reduz a alíquota de ICMS para as saídas interestaduais de suínos vivos. Produtores trabalham com prejuízos
 
O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador, classifica o atual momento da suinocultura como complicado e delicado. “A decisão do governo gaúcho em prorrogar, até 30 de abril, a redução de 12% para 6% o ICMS para quem vende seus suínos vivos para outros estados trouxe um alívio, mas não resolve o problema do setor”, comenta o dirigente, que elogia a ato que ameniza as perdas já acumuladas. O assunto, ICMS, foi discutido com o secretário Adjunto da Fazenda do Estado, André Luiz Barreto de Paiva Filho, em reunião realizada no dia 24 de janeiro. A reivindicação do setor, junto ao governo do RS, é que o ICMS caia para 3%, até o final deste ano.

De acordo com Folador, a queda do imposto pela metade representa uma redução de custos de R$ 10,00 a R$ 15,00 por suíno comercializado vivo, com outros estados da União. Folador destaca que, o modelo de alíquota de 12% significa que o produtor tem acrescido perto de R$ 30,00 para cada animal vivo com saída interestadual. A redução do imposto entrou em vigor no dia 2 de fevereiro. Também participaram do encontro, do dia 24 de janeiro, os deputados federais Dionilso Marcon e Elvino Bohn Gass.
O presidente da entidade aponta que diversos são os motivos que justificam o pedido dos suinocultores. Entre eles, o atual custo de produção suinícola no Estado, bem como o elevado preço do milho, causado pela recente forte estiagem, a qual causou a quebra de mais de 50% da safra 2011/2012. Ressalta-se, ainda, que o milho é o principal componente (80%) da ração dos suínos. “Além disso, por ano, em torno de 300 mil suínos são vendidos para outros estados, os quais são produzidos por mais de mil suinocultores de pequeno e médio porte, que sustentam suas famílias trabalhando no campo, gerando empregos, renda e desenvolvimento socioeconômico”, salienta Folador.

Ele salienta que tal medida de redução de imposto se faz necessária, também, pelo fato de que as atuais plantas industriais de abate estadual não terem capacidade de absorver os cerca de trezentos mil suínos produzidos e vendidos para outros Estados, como o de Santa Catarina.

“Problema na produção de grãos significa reflexo negativo, quase que imediato, na produção de carnes, como no nosso caso, a de suínos. O custo de produção sobe e os preços não acompanham. A soma dos problemas são prejuízos aos suinocultores”, disparou Folador. O presidente da associação adianta que os cálculos atuais, dentro das propriedades produtoras, apontam uma diferença, entre o custo e a venda, que preocupa, pois a formação de um quilo de suíno vivo custa R$ 2,50, quando na venda se recebe, em média, R$ 2,15 pelo mesmo peso. Os 10 mil produtores de suínos no Rio Grande do Sul comercializam em torno de 7,3 milhões de animais por ano, que rendem 600 mil toneladas de carne, sendo que 140 mil são exportadas.

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