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Momento favorável a MT

Safra tem tudo para ser ainda melhor, mas cautela é necessária


Seca no Sul do país impõe novas expectativas ao mercado. Estado poderá vender muito mais e por melhores preços

Ainda é cedo para dizer que Mato Grosso poderá se beneficiar – e muito – da estiagem que compromete a produção agrícola do Sul do país e que anuncia grandes perdas. De qualquer forma, a janela de oportunidades está aberta e já surte efeitos sobre as cotações neste inicio de ano que estão valorizadas quando comparadas a primeira semana de dezembro. De acordo com informações preliminares há redução de 17,23% sobre a produção de soja e 14% sobre o milho no Paraná e de queda de 16,26% e 25,17% no Rio Grande do Sul, respectivamente.


O momento é tido como favorável porque por mais um ano a previsão é de produção aquém do apetite mundial e sendo Mato Grosso o maior produtor nacional de soja, milho segunda safra e algodão, o Estado será mais do que nunca referência para quem quiser comprar grãos ou fibra, afinal, de uma safra para outra a previsão é de incremento de 40% na produção de milho, de 7,8% na da soja e de 14% em pluma. Mas é cautela é necessária, Mato Grosso está iniciando a colheita da soja e muita coisa pode acontecer até meados de março.

De qualquer forma, o efeito psicológico das perdas sulistas foi apurado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em seu primeiro boletim semanal de 2012, divulgado ontem. “Com a forte seca que vem ocorrendo no Rio Grande do Sul e na Argentina, o prazo para início de suas colheitas está incerto e com isso os preços do milho, em Mato Grosso, por exemplo, vêm se valorizando no mercado”. Na comparação com as médias das cotações desta primeira semana do ano ante a primeira de dezembro do ano passado, há valorização de 6,3% sobre a saca do milho e até 9% soja.

De acordo com o Imea, no mercado interno mato-grossense o preço médio do milho apresentou aumento significativo de 6,3% de dezembro/2011 para janeiro/2012. Durante a primeira semana do ano a média de preço o município de Campo Novo do Parecis foi de R$ 17,07/sc, sendo 6,5% maior se comparada à média cotada durante o início de dezembro. Para os municípios de Lucas do Rio Verde e Sapezal o cenário não é diferente, seus preços aumentaram cerca de R$ 2,11/sc e R$ 1,85/sc, respectivamente”.

Com a soja o cenário é tão positivo quanto o relatado no milho. Conforme o observado no Estado, pelo Imea, o mercado iniciou o ano com aumento de R$ 2,97/sc no preço médio do grão se comparado a dezembro de 2011. “Na primeira semana do ano as cotações de preços para o município de Primavera do Leste ficaram entre R$ 41,20/sc e R$ 41,70/sc, ou seja, aumento de 5% se comparado à média de preço do município durante o mês de dezembro do ano passado. Já em Sorriso as cotações durante a semana foram de R$ 39,70/sc e R$ 40,00/sc, aumento de cerca de R$ 2,81/sc, sendo 9% maior que a média do início do mês de dezembro”.

ATENÇÃO - A cautela sobre as conseqüências da seca no Sul do país se faz necessária em função de alguns fatores como a incipiente colheita de soja – iniciada há alguns dias - muito longe da varredura dos seus 6,98 milhões de hectares plantados. Ainda é cedo para comemorar porque na medida em que a soja é extraída, esse mesmo hectare recebe a semente do milho, ou, do algodão segunda safra e o sucesso das chamadas safrinhas, está diretamente ligado ao sucesso da safrona (soja). Se a oleaginosa atrasar para sair do campo, principalmente por força das chuvas, a janela de plantio das outras duas culturas ficará cada dia menor, e assim, o plantio dentro do período ideal estará comprometido.


Como alerta o Imea o produtor mato-grossense deve ficar com um olho no céu – para que as chuvas em excesso não tragam perdas, prejuízos e atrasos – e com outro no mercado, nos preços: “Com o preço da soja subindo na Bolsa Mercantil de Chicago (CBOT), os produtores também devem estar atentos a este movimento, pois podem surgir oportunidades de conseguir bons preços nas vendas, já que o dólar ainda está se mantendo acima de R$ 1,80”.

Mesmo com previsões sobre o comportamento de preços apontando para nada além dos recordes já registrados no ano passado – por conta do cenário macroeconômico global, atingido pela crise européia – há um fator novo, que é a seca no Sul do Brasil (e também sobre a Argentina, terceiro maior produtor mundial de soja) e isso poderá segurar o mercado em alta, mesmo com a colheita em andamento. Se isso ocorrer, o produtor mato-grossense que estiver atento às oscilações de preços poderá travar bons negócios. Conforme o Imea, das 9,80 milhões de toneladas estimadas ao milho segunda safra, 47,5% estão comercializadas de forma antecipada, restando mais da metade (52,5%) para aproveitar picos de mercado. Com a soja a expectativa é a mesma. Das 22,16 milhões de toneladas previstas, 53,6% estão vendidas, havendo 46,4% para se ofertar.

Seca no Sul do país impõe novas expectativas ao mercado. Estado poderá vender muito mais e por melhores preços
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