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Monsanto apóia pesquisa da Embrapa para alimentos enriquecidos com vitaminas

Batata-doce com altos teores de betacaroteno está entre as novidades desenvolvidas pela Embrapa


Durante a 3ª Reunião Anual de Biofortificação no Brasil, em Aracaju (SE), a Embrapa Agroindústria de Alimentos apresentou as novidades do Projeto BioFort, coordenado pela pesquisadora Marília Nutti e financiado pelo Fundo de Pesquisa Embrapa/Monsanto. O destaque foi o lançamento da mandioca Jari enriquecida com betacaroteno (pró-vitamina A).

O projeto seleciona culturas com altos teores de micronutrientes, como ferro, zinco e betacaroteno, importantes para combater anemia, cegueira e baixa resistência, e está ligado a dois programas internacionais de biofortifcação de alimentos na América Latina, África e Ásia - o HarvestPlus e o AgroSalud. Os alimentos escolhidos estão na dieta da maioria dos brasileiros: feijão-caupi, arroz, milho, trigo, abóbora, mandioca e batata-doce.

Os trabalhos de biofortificação são realizados a partir de orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) a respeito das principais necessidades nutricionais de comunidades carentes, para que seja possível reduzir uma parte do déficit alimentício, principalmente de crianças e jovens.

Além da mandioca Jarí, raiz de polpa amarelada, consistente e pouco fibrosa, apresentada no encontro, já foram selecionadas outras variedades da raiz em que o teor de betacaroteno - micronutriente importante para a saúde dos olhos - foi triplicado.

A Embrapa Arroz e Feijão obteve três genótipos de feijão com teores de ferro acima de 90 mg/kg (90 ppm). Para zinco, outros sete genótipos têm índices acima de 50 mg/Kg (50 ppm). Em cultivares convencionais, esses teores não passam de 60 mg/Kg e 35 mg/kg, respectivamente. Também já foi desenvolvido feijão-caupi, com média de 77 mg/kg (77 ppm) de ferro, e produção de até 750kg por hectare em condição de sequeiro, e quase 2 toneladas/ha em sistema irrigado.

Ainda foram desenvolvidas variedades de batata-doce com teores de betacaroteno entre 26mg/kg e 63mg/kg, além de materiais em estudo com concentrações superiores a 200mg/kg. No Brasil, normalmente só encontramos a batata branca e a creme para consumo de mesa, e essas raízes não possuem esse micronutriente.

Os alimentos biofortificados são disponibilizados a comunidades rurais por meio de parcerias com órgão estaduais. Agricultores do Maranhão e do Sergipe, por exemplo, já têm acesso a algumas variedades.

O BioFort reúne esforços de oito unidades da Embrapa (Agroindústria de Alimentos, Arroz e Feijão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Milho e Sorgo, Hortaliças, Meio-Norte, Tabuleiros Costeiros e Trigo), além da Unicamp, Unesp e Universidade de Adelaide (Austrália).

Monsanto é parceira

O Fundo de Pesquisa Embrapa/Monsanto foi criado em 2000 com o objetivo de apoiar projetos que possibilitem a aplicação da biotecnologia e do melhoramento genético para desenvolver tecnologias sustentáveis que possam beneficiar agricultores brasileiros. Atualmente existem cinco pesquisas em andamento.

Os recursos são resultados de um contrato assinado entre a Embrapa e a Monsanto em 2000, quando do licenciamento da tecnologia Roundup Ready®, desenvolvida pela Monsanto, em variedades de soja da Embrapa. O valor envolve o cálculo de percentual, fechado entre as empresas sob contrato, sobre parte do que foi arrecadado em direitos de propriedade intelectual, a título de royalties, pela venda de variedades de soja com germoplasma da Embrapa contendo tecnologia Roundup Ready® da Monsanto. Apenas em 2008, foram destinados R$ 7,8 milhões a este fundo, beneficiando onze projetos em prol do desenvolvimento da agricultura brasileira.

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