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Mormo: Criadores de cavalo tentam evitar a chegada da doença ao Mato Grosso


Com a confirmação de casos do mormo em São Paulo e no Ceará, os criadores de Mato Grosso intensificaram os cuidados com a movimentação dos animais. O equino infectado tem que ser sacrificado e incinerado. Um caso de mormo numa propriedade causa grandes prejuízos para o criador e para Mato Grosso que perde o status de "Livre de Mormo". 


Animais de Mato Grosso que estavam nos estados onde houve suspeita da doença já fizeram o exame de sangue. O resultado foi negativo, mas mesmo assim ficarão em observação. Os técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) vão visitar estas propriedades a cada 15 dias. Tudo isso para ter certeza que estão mesmo livres da doença. "Vamos fazer pelo menos três visitas", garante a coordenadora de controle de doenças animais, Daniella Soares Bueno.

Ela conta ainda que as equipe dos postos fiscais do Indea instalados nas fronteiras de Mato Grosso foram orientadas para exigir o exame negativo dos animais vindo dos estados afetados pela doença. "Se houver um caso no estado fica muito difícil para recuperar o status de Livre de Mormo novamente".

A doença é infecto-contagiosa e ataca os cavalos, asnos e mulas, podendo também ser contraída por outros animais como cachorros, gatos, bode e também o homem. O médico veterinário Ramiro Victor Soares explica que depois de contaminado não há outra solução, senão sacrificar o animal.

Cae Povoas criador de cavalo faz pelo menos 12 anos participou da Exposição em Avaré (SP), onde houve suspeita da doença. "Ficamos 15 dias sem poder tirar os animais do local. Fizemos os exames e os resultados foram negativos. A dica é evitar o transito até a situação se normalizar", aconselha.

Apesar de todos os cuidados, a preocupação entre os criadores é grande. Cae conta que os animais que participaram da exposição em Avaré (SP) são muito valiosos. Alguns valem mais de R$ 700. "Perder um animal deste é um prejuízo que não dá nem para mensurar".

Em Mato Grosso ainda não há laboratório que faça os exames de sangue para detectar a doença. "As amostras são coletadas e mandadas para São Paulo", ressalta Ramiro. O médico veterinário aconselha os criadores para solicitar sempre o exame de mormo e também evitar a movimentação de animais para os estados que não são livres da doença.


Ele explica ainda que o período de incubação pode variar bastante o que complica ainda mais a situação. "O ideal é fazer pelo menos dois exames para garantir que o animal está mesmo livre da doença". Não existem tratamentos nem vacinas eficazes contra o mormo.

A prevenção e controle da doença baseia-se na interdição de propriedades com focos comprovados, sacrifício dos animais comprovados por testes positivos oficiais por profissional da Defesa Sanitária Oficial. É uma doença de notificação obrigatória, normalmente quando ocorre aparecimento de um caso são tomadas medidas de controle do transito animal por tempo indeterminado.

Contaminação - A principal via de infecção é a digestiva, mas também pode ocorrer pelas vias aéreas, genital e cutânea. A disseminação do mormo ocorre pelos alimentos, bebedouros, cochos e embocaduras. A principal forma de excreção da bactéria é via nasal e oral devido ao rompimento de lesões pulmonares causadas pela doença.

Sintomas - febre, emagrecimento, tosse, corrimento nasal e lesões na pele no início nodulares e evoluem para úlcera e após cicatrização formam lesões em formato de estrela. O aparecimento das lesões na pele é característica da fase crônica. O diagnostico definitivo só pode ser concluído por exame laboratorial. Os sinais clínicos são parecidos com o de outras doenças.

História - A doença foi descrita pela primeira vez no Brasil em 1.811. Acredita-se que foi introduzida, provavelmente por animais infectados importados da Europa.

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