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Mosaic teme monopólio com fusão Bunge/Fosfertil

A proposta de fusão é motivo de acusação de ter sido elaborada por um Conselho de Administração ilegítimo


A proposta de reorganização acionária e conseqüente fusão no Brasil entre a mineradora de matérias-primas para fertilizantes Fosfertil e a gigante do varejo destes produtos Bunge terá a oposição inflexível dos outros acionistas da Fosfertil e concorrentes da Bunge neste varejo. A proposta é motivo de acusação de ter sido elaborada por um Conselho de Administração ilegítimo, de criar uma empresa que terá 92% dos fosfatados extraídos no País - são a principal matéria-prima dos fertilizantes junto dos nitrogenados - e, por fim, de trazer para a Fosfertil o risco da inadimplência do varejo de fertilizantes.

A Fosfertil como empresa operacional isolada fornece a poucos grandes misturadores de feritilizantes e possui baixos riscos com inadimplência. Quem acusa são os demais acionistas da Fosfertil: Mosaic/Cargill e a gigante norueguesa Yara. A Fosfertil, que possui hoje Conselho de Administração indicado pela acionista majoritária Bunge, diz que a fusão não pretende isolar os outros acionistas, mas apenas garantir a sobrevivência da empresa, exatamente contra os concorrentes/sócios que a acusam de irregularidades.

A Mosaic já vem brigando na Justiça desde abril deste ano, quando segundo a Bunge quebrou um acordo de cavalheiros que permitia que três grandes concorrentes convivessem no comando de sua fornecedora e indicou sozinha os representantes do Conselho de Administração da Fosfertil. "Temos documentado e-mails no qual tínhamos as indicações já acordadas. No dia da reunião quebrou-se a confiança entre as empresas", diz o diretor de assuntos corporativos da Mosaic, Afonso Champi.

Depois desta briga houve a proposta da Bunge e Fosfértil de unificar suas operações e verticalizar sua produção detendo participação desde a mineração dos fosfatados até o varejo dos fertilizantes. "Isso foi feito na sexta-feira na véspera de recessos de final de ano", diz o executivo.

Na segunda-feira a Mosaic, que segundo informações do mercado, se reuniu com representantes da Yara Brasil, entrou com pedido de tutela antecipada para barrar a proposta de fusão antes que ela possa ser apreciada em reunião do Conselho da Fosfertil, marcada para hoje.

A medida não foi acatada pela Justiça na terça-feira e a Mosaic entrou ontem, imediatamente, com novo pedido na Justiça. A Fosfértil diz que a fusão é defensiva. "Mosaic e Cargill já possuem produção integrada. O que estamos fazendo é concorre de igual para igual", diz o presidente da Fosfértil, Francisco Gros, ao ser questionado sobre o objetivo da fusão.

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