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Mosca-branca provoca perda de 40% da lavoura em MT

O inseto é responsável pela infestação em lavouras de Primavera do Leste e focos também foram constatados em Rondonópolis


Além da ferrugem asiática, os sojicultores estão preocupados com outra intempestividade nas lavouras da Região Sul do do Mato Grosso: a mosca-branca. Antes verificado em pequena escala, o inseto já é responsável pela infestação significativa entre as propriedades, permitindo a perda de até 40% nas lavouras, a exemplo de Primavera do Leste (120 km de Rondonópolis). Focos da praga também já foram verificados em Rondonópolis e os produtores têm buscado monitorar o aparecimento de ninfas e insetos adultos para aplicação de inseticidas corretos para cada fase.

A pesquisadora em Entomologia da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), Lúcia Vivan, explicou que a população do inseto sempre existiu na Região Sul, mas em menor quantidade das registradas no Médio-Norte do Estado, por exemplo. Em função disso, com a aplicação de inseticidas para outras pragas, a mosca-branca era eliminada. “Não que antes não existia”, disse.

Agora, os produtores precisam investir em inseticidas específicos tanto para as ninfas quanto para os adultos, o que encarece o controle da praga. Por isso, a pesquisadora adverte que os sojicultores têm que se atentar aos primeiros sinais nas folhas da soja apontada pelo melaço deixado pelas ninfas, ou pela aglomeração dos pontinhos brancos com a formação das moscas adultas.

O monitoramento deve acontecer no mínimo uma vez por semana e, assim que detectado o inseto, entrar com a ação de controle. A pesquisadora revelou que é importante que os produtores identifiquem a fase em que o inseto se encontra. Nesse sentido, existem inseticidas que controlam apenas ovos e ninfas e outros que controlam apenas os adultos.

Para um controle efetivo, caso o produtor perceba que há uma população maior de adultos a ninfas, é possível usar produtos à base de fosforatos. No caso de a lavoura estar tomada por ninfas, a pesquisadora indica a aplicação de produtos mais específicos. “Pode ser que o produtor tenha que usar os dois”, disse. “E é isso que encarece esse controle”, completou.

Lúcia explica que, muitas vezes, a reaplicação de produtos para adultos não acaba com as ninfas, o que gera, dentro de uma quinzena, uma nova infestação do inseto. Para a aniquilação dos dois tipos, geralmente os produtores usam misturas de defensivos. A união das composições, especialmente para o controle dos adultos, serve também para o domínio de outras pragas.

A pesquisadora disse ainda, que alguns produtores buscam o tratamento de choque, o que pode provocar desequilíbrio ambiental, já que a presença dos insetos nem sempre é prejudicial. “Ele acaba com a praga em um primeiro instante, mas com uma segunda infestação não há nenhum inimigo natural que vai diminuir essa população”, disse.

O controle natural da mosca-branca acontece através do plantio de gramíneas na entressafra, uma vez que não é apontada como hospedeira. Algumas plantas também desenvolvem tipos de fungos que repelem o aumento da população. Outras culturas também são indicadas a exemplo do milho e da cana-de-açúcar.

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