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MP gaúcho prepara denúncia contra envolvidos em fraude no leite

Suspeita de seis pessoas envolvidas na fraude do leite


Promotor de Justiça diz que já existe convicção sobre os fatos para denunciar pelo menos seis pessoas

O Ministério Público do Rio Grande do Sul começa a ouvir os suspeitos de participação em mais uma fraude do leite nesta quarta-feira, 19. O primeiro convocado é o dono de um posto de resfriamento, que está preso preventivamente em Panambi. Na semana que será a vez de outros seis envolvidos. "Já temos convicção para denunciar pelo menos seis pessoas", disse o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, nesta segunda-feira.

Se a acusação de adulteração de produtos alimentícios for confirmada e os réus condenados, as penas previstas pelo artigo 272 do Código Penal vão de quatro a oito anos de reclusão e pagamento de multa.

Na sexta-feira passada, em mais uma edição da Operação Leite Compensado, a quarta desde maio do ano passado, uma força-tarefa do Ministério Público cumpriu um mandado de prisão e apreendeu caminhões, soda cáustica e documentos em oito municípios do Rio Grande do Sul.

Ao contrário das vezes anteriores, a fraude detectada agora não envolvia somente os transportadores, mas também um posto de resfriamento. A adulteração mais comum é o acréscimo de 10% de água ao leite, para aumentar o volume, e de ureia, que contém a substância cancerígena formol, para driblar as análises.

A investigação descobriu que o leite adulterado foi entregue à unidade da LBR em Tapejara (RS) e de lá encaminhado a centros de processamento em outros Estados. Um lote de 199 mil litros UHT foi embalado em Lobato (PR) com a marca Líder. Outro, de 100 mil litros, em Guaratinguetá (SP), com a marca Parmalat.

Como a cada etapa do processamento o leite foi misturado com outras cargas, não adulteradas, o teor de formol nas caixinhas compradas por consumidores de São Paulo e Paraná pode ter sido reduzido a quantidades insignificantes. O Ministério da Agricultura (Mapa) confirmou nesta segunda-feira que determinou o recall dos lotes fabricados com o leite entregue em Tapejara e informou que a empresa recorreu à Justiça solicitando autorização para manter a comercialização.

"Em função disto não podemos afirmar que o leite foi todo recolhido", destacou, em breve comunicado, a pedido do Estado. Em nota, a empresa garantiu que o produto enviado ao mercado passou por testes que não detectaram anormalidades. Mesmo assim, reiterou que recolheu o que ainda estava nos pontos de venda quando o ministério pediu a retirada.

Rockenbach entende que a retirada não configura o recall porque este incluiria um aviso, em jornais de grande circulação, do número e data dos lotes, que foram embalados entre 12 e 14 de fevereiro. "Um recolhimento preventivo silencioso é diferente porque não alerta o consumidor e nem retira o produto que eventualmente está armazenado em casa", compara

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