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MS aprova “vazio sanitário” para plantio de soja

A intenção é criar uma lei de abrangência nacional para atender todos os estados


Agora MS - O governo do Mato Grosso do Sul, através da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), defende a posição da Embrapa Soja quanto a publicação de uma lei nacional para o combate da ferrugem asiática da soja, a exemplo da lei estadual n.° 3.333, de 22 de dezembro de 2006. A publicação, que dispõe sobre medidas para prevenção, controle e erradicação da doença, estabeleceu o prazo de 90 dias de vazio sanitário em todo o Estado como sendo uma das formas de combater a ferrugem.

Conforme o superintende de Agricultura e Pecuária da Seprotur, João Carlos Krug, Mato Grosso do Sul, baseado na lei existente, deve fazer gestões junto ao governo federal, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no sentido de se criar uma lei de abrangência nacional para atender a todos os estados produtores de soja.

Ainda segundo Krug, este intervalo de safras foi executado pelos estados da região Centro-Oeste ano passado e devido a esse vazio a aparição dos primeiros focos foram mais tardios que no ano anterior. “Houve um retardamento de aproximadamente 30 dias e os focos que foram registrados apresentaram uma pressão [número de esporos do fungo causador da doença Phakopsora pachyrhizi] menor que na safra 2005/06. Isso nos permite prever que hoje o produtor tem um controle satisfatório da doença”, ressalta ele prevendo uma boa safra da cultura embora já somem 613 os foco de ferrugem em todo o Estado, conforme monitoramento do Sistema de Alerta da Embrapa Soja.

O vazio sanitário sozinho não contém a enfermidade, como explica Krug, mas faz-se necessário porque o fungo da ferrugem não sobrevive em sementes nem restos de cultura, mais sim em plantas vivas. “Essa ausência de plantas reduz drasticamente a população do fungo o que traz tranqüilidade para o agricultor que acaba tendo uma redução de custos e um aumento na produtividade”, frisa o superintendente.

Monitoramento:

O órgão responsável pelo monitoramento da doença nas lavouras do Estado, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), já deu início as notificações nas regiões produtoras e deve fiscalizar cerca de 800 mil hectares até o final de julho, quando se inicia o período de vazio sanitário, que acontece de 1° de julho a 30 de setembro.

Dessa forma, a semeadura do grão só deve começar a partir de 1º de outubro, obedecendo ao que está previsto no zoneamento agrícola de MS. O desrespeito à restrição é considerado infração gravíssima e a multa, aplicada pela Iagro, pode chegar a mil Uferms (Unidades Fiscais Estaduais de Referência de Mato Grosso do Sul), o que equivale hoje a R$ 12 mil.

O controle das plantas voluntárias (germinadas de grãos de soja abandonados ou perdidos durante a colheita) deve ser feito até 30 dias depois do fim da colheita através de processo químico ou mecânico. “Essas plantas remanescentes ficam propagando o fungo que provavelmente atingirá a próxima safra”, como explica o gerente de Defesa Sanitária Vegetal da Iagro, Félix Rebouças Castro.

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