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MS entra no programa de qualidade de nelore


Começa hoje o primeiro abate comercial de bovinos com selo de qualidade nelore. Serão avaliados 523 animais, em Bataguassu (MS), classificados conforme os padrões da raça. Mato Grosso do Sul é o segundo estado a aderir ao programa comercialmente.

Atualmente, cerca de 20 produtores do estado estão participando do Programa Nelore Natural no estado. A meta da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) é chegar a 400 pecuaristas. Outros 293, com um plantel de 1,8 milhão de cabeças, já aderiram ao programa em Rondônia, estado pioneiro na busca pela qualidade da raça.

O programa começou no ano passado, em Rondônia. Desde então, já foram abatidas 95 mil cabeças e a carne, comercializada em redes de supermercado de São Paulo e do Rio de Janeiro. A proposta da associação é padronizar o sistema de produção do gado nelore, incluindo cria e engorda, para ter uma carne de melhor qualidade e também bons reprodutores.

Carlos Grossklaus, responsável técnico pela implantação do programa, explica que a carne abatida em Mato Grosso do Sul será comercializada em churrascarias de São Paulo. Cada pecuarista vai ganhar um adicional de 1% sobre o preço da arroba do boi, como diferencial pela qualidade. Em Rondônia, o valor varia entre R$ 0,50 a R$ 0,80.

Padrões formulados

Grossklaus diz que os padrões de qualidade começaram a ser formulados há quadro anos, com julgamentos realizados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rondônia e Paraná, totalizando 10,6 mil animais. Foi com base neste banco de dados que a associação criou os parâmetros de qualidade.

Para receber o selo da ACNB, o gado passa por três etapas de avaliação. O primeiro teste ocorre no curral, quando são analisadas a homogeneidade do lote (em termos de peso), as características raciais e o acabamento (quantidade de gordura do animal). Posteriormente, é analisada a carcaça, também em termos de peso e gordura. Por fim, os técnicos da associação colhem amostras dos lotes e fazem o julgamento das carcaças resfriadas. Nesta etapa são medidas as carcaças, quantificado o peso e a espessura de gordura para avaliar o rendimento da carcaça. Servem de critério de desempate a cor, o PH e a textura da carne.

Só podem participar do programa animais criados a pasto, que cumpram a legislação federal quanto à proibição do uso de anabolizante e de ração animal, e que estejam em dia com o calendário sanitário. Animais confinados só são aceitos se por um período de, no máximo, 120 dias. Durante a etapa de criação, técnicos da ACNB vistoriam as fazendas.

Neila Baldi - Brasília/DF

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